Reparei no outro dia, quando me dirigi a um Centro de (Des)Emprego, que haviam umas brochuras escritas em Romeno, Russo e Ucraniano. Muito bem mais uma iniciativa polÃticamente correcta que só peca por se ter esquecido de um detalhezinho. A comunidade caboverdiana, que vive em portugal, à mais de 20 anos, não tem o privilégio de ver escrito, em crioulo, as mesmas brochuras. Realmente pensar que, em Cabo Verde se fala inteira e esclusivamente o Português, é no mÃnimo um erro de cálculo já para não falar em idiotice chapada, pois não iriam cair os parentes na lama se admitissemos que a lÃngua principal é o Crioulo, sendo o português a lÃngua Oficial.
Toda esta reacção em torno da emigração, ou melhor, deste fenómeno recente da emigração em Portugal, é interessante para conseguir avaliar, futuramente, a ideia do Português que acolhe de Braços abertos os estrangeiros. Para já fico com uma noção de que foi criada uma espécie de categorização dos emigrantes, entre os legais, os ilegais e os outros que vivem à 20 anos em barracas. Temos que, de uma vez por todas, dar o devido valor aos emigrantes que vivem em Portugal, bem como, agradecer o seu contributo ao nosso PaÃs. Mais, é importante xõr ministaro, não confundir seres humanos como peixe ou madeira daÃ, valmos lá a ver se acabamos com as histórias de quotas de emigração.
Isto de sermos acolhedores, aparentemente porque na realidade até nem somos muito, de emigrantes, ou melhor, de emigrantes brancos, e depois esquecermos de outros emigrantes pode induzir em erro levando-nos a pensar que estas medidas são racistas ( a ironia paira no ar! )
4 comentários:
Tu, realmente, sempre foste assim a modos que "amandado" para os lados de Cabo Verde... "Ixijo ixpricação", né? ;)
Temos de falar sobre o teu blog, quando der para falarmos um coche, dou-te aquelas dicas que me pediste.
Até não é muito isso, ou seja, Cabo Verde não é a minha fonte de interesse principal, angola sim por motivos que são óbvios pá!
Os cabo-verdianos que sabem ler aprendem a fazê-lo em português. É-lhes mais difÃcil, portanto, ler e escrever em crioulo do que em português. Falo dos das ilhas, não dos que estão nos EUA, por exemplo (mas esses não vêm para cá). O único manual para aprendizagem do crioulo que conheci em Cabo Verde era made to the Peace Corps, para os neófitos dessa seita. Recentemente, o melhor crioulista cabo-verdiano, Manuel Veiga, publicou "O cabo-verdiano em 45 Lições", mas trata-se apenas de uma sÃntese da gramática descritiva e normativa que já havia publicado há uns anos. Nos ensinos primário e secundário inda não se estuda o cabo-verdiano, apesar de haver já um alfabeto oficial, o ALUPEC, aprovado a tÃtulo experimental em 1898 (o decreto-lei é de 1 de Janeiro de 99, acho eu9, mas a existência de duas normas (de barlavento e sotavento) dificulta a sua eficácia pedagógica. Enfim, é complicado. (Cf. Lindeza Jatón, hic et nunc).
Aprovado em 1998, claro... Sorry.
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