quarta-feira, setembro 28, 2005

Os tempos mudam e mudam os comboios

Em conversa com um amigo meu, este, referia as saudades que tem dos comboios da Beira Alta e Beira Baixa apinhados de gente com os respectivos farnéis e o jeito característico do campo. Pois eu também tenho saudades até um certo ponto das conversas espontâneas que se geravam nesses comboios com destino a Lisboa ou ao Porto. Os miúdos que não paravam quietos nos seus lugares, os pais que desesperavam com a inquietude natural dos seus petizes e acima de tudo as conversas. Estas viagens eram autênticas apanhas da azeitona ou debulhas sobre rodas, ou seja, as conversas que geravam eram similares, apesar dos temas serem diferentes, às conversas que estas pessoas teriam no campo nesses momentos agregadores de pessoas. O senão destes comboios, por vezes, eram os militares e as suas bebedeiras e conversas menos próprias para donzelas de elevada sensibilidade. Actualmente, os Intercidades têem lugares marcados que ninguém respeita mas os lugares estão devidamente separados e as conversas menos estimuladas devido à organização do espaço. Sem desprimor ou qualquer tipo de jocosidade mas, esses comboios antigos providenciavam momentos de elevada comicidade. As conversas eram de chorar a rir e a espontâneadade um autêntico mimo aos ouvidos de cada um. E o Borda D´água? o que é feito desta primorosa publicação? Agora quando é que eu vou saber quando plantar as hortalíças? Os tempos mudam e as pessoas também.

terça-feira, setembro 27, 2005

O A B C do .....

Antes demais devo explicar o porquê de não concluir a frase no título mas, como devem calcular e sem qualquer tipo de pudor, com o advento dos motores de busca na Internet os enresaivados acorreriam a este tasco à razão de centenas por dia simplesmente porque viria aqui escrito a palavra Sexo. Qualquer das vias este pequeno detalhe diz muito acerca do que é discutir o tema "sexo" em Portugal e, invariávelmente, facilmente se caí na argumentação tipo macho, ou então, na não argumentação.
O tema desta posta é o programa acerca do sexo que é transmitido na TVI. Confesso que só vi ainda um programa apesar de ter ouvido aqui e ali que existia um programa televisivo que falava sobre o tema. Devo dizer antes demais que é de louvar este tipo de programas no panorama televisivo, apesar de, como todos os programas de interesse cultural efectivo nas nossas televisões, ser transmitido a horas proibitivas para quem tem que trabalhar de segunda a sexta-feira de manhã. Outro aspecto acerca do programa tem a ver com a forma como este é conduzido, ou seja, dá a sensação que a apresentadora está a explicar o tema sexo para as criancinhas naturais, o que, atendendo ao tabu instalado acerca do sexo, não deixa de ser bem abordado. Todas as pessoas em portugal falam acerca do sexo, umas mais que outras, mas invariavelmente surgem as dúvidas mais absurdas acerca do sexo. O sexo, como tabu que é, não consegue despertar nos Portugueses o mesmo efeito que a Política ou o Futebol despertam transformando os Típicos Tugas em políticos e treinadores de bancada, neste tema, cada qual sabe de si e para si e as conversas são de índole expositivo-exarcebado por parte da facção masculina e expositivo-desejado pela parte feminina espelhando assim os dogmas e a educação machista a que todos estamos sujeitos e que ainda, de certa forma, nos escraviza. Não pretendo que esta posta seja uma crítica negativa em relação ao programa mas sim uma visão própria que eu tenho acerca do programa e, acima de tudo, o que eu despreendo da forma como o programa está estruturado. Antes sequer de ver o facto de a apresentadora abordar os temas como se dirigisse às criancinhas naturais, temos que ver que , em Portugal, neste tema, somos de facto criancinhas pelo pouco conhecimento que os nossos progenitores nos transmitem acerca do sexo e pela educação escolar onde o sexo não é abordado, ou pelo menos não tão abordado quanto devia ser. Em suma, é de louvar a iniciativa e é de transmitir o programa a horas decentes, as horas, o resto pode ser pouco decente porque afinal de contas uma das coisas que sexo tem de bom é essa ausência aqui e ali de decência If you know what i mean.

domingo, setembro 25, 2005

O grande Circo chamado Portugal

Tencionei escrever algumas considerações acerca de alguns acontecimentos ocorridos na semana passada mas, ao idealizar a matriz do texto, reparei que estava perante material de elevada qualidade e com muitos apontamentos de comicidade apesar de se tratarem de assuntos sérios. Isto fez-me pensar acerca do que se passa actualmente no nosso país e concluir que vivemos num circo Monty Python com uma produção gigantesca, à escala de um país, composta por 10 milhões de figurantes. Quando neste país, digo circo sem desprimor para os Circos existentes com palhaços e leões à solta, se produzem como candidatos à Presidência da República dois velhos que parecem tirados de uma produção do Jim Henson, é óbvio que a primeira elação e retirar disto é a de que alguém anda por aí a brincar com todos nós. Errado, ninguém está a brincar com os demais a propósito destas duas candidaturas, pelo contrário, essas pessoas apenas estão raciocinar bem atendendo a ridículo a que chegámos neste país. É importante vermos que, neste circo chamado Portugal, o sério é cómico e o que é cómico é sério. Parece que fomos deslocados para os nossos antípodas e a gravidade não actuou, pelo que, como estamos de cabeça para baixo e pés para o ar, começámos a pensar com os pés em vez de ser com a cabeça ( faço uma pequena nota para referir que, felizmente, a Nova Zelândia ainda usufruí dos maravilhosos efeitos da Lei da Gravidade).
Num país de Fátimas Felgueiras, Majores e Zé Zés Camarinhas a um escala industrial, o rídiculo é norma e o humor irónico e surrealista é lei. Contudo, continuo a preferir o original dos Monty Phyton pelo bom gosto e inteligência nos gagues que compõem os textos. Por cá, esta produção do Circo Monty Phyton que é Portugal, o texto é mau, as piadas muito repuscadas e os actores maus.

Conclusão: Procuram-se guionistas com provas dadas para textos cómicos na produção à escala nacional do Circo Monty Python chamado Portugal.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Ignorância

Tenho como princípio basilar da minha conduta diária, e de vida também, o respeito pela opinião dos outros. No entanto, não consigo ser tolerante com opiniões desfazadas e insanas que partam de princípios que em nada tenham a ver com a natureza humana. Nesta categoria coloco o racismo na sua vertente discriminatória que tem a ver com cores de pele diferentes. Esta discriminação é induzida nas pessoas ao ponto de estas criarem fobias em relação a pessoas diferentes do seu padrão autocriado de normalidade. O diálogo nestas circunstâncias é practicamente impossível e a tolerância impracticável sob pena de entrarmos numa situação de demência agravada. Faz-me muita confusão os limites e as divisórias que as pessoas criam na sua relação inter-pares, em especial, as situações de conflito latente entre pessoas de diferentes entre si e que, por isso, se isolam numa espécie de bolha lunar estanque de tudo o que se passa à sua volta. Fui educado a respeitar a individualidade de cada qual que me rodeava, pelo que, o racismo na vertente a que me referi anteriormente, nunca me foi incuntido, e como tal, não tenho preconceito em relação a ninguém que tenha uma tonalidade de pele diferente da minha.
Isto tudo à laia de dizer que cada qual tem a sua onda e devemos respeitar a onda de cada um. Que legitimidade tem alguém para condenar outrém por ser apenas diferente? A única explicação para esta discriminação passa pelo facto de, as pessoas que discriminam, se discriminarem a si próprias por falta de auto-estima. De alguma forma pensam que se estiverem rodeadas de outros individuos iguais a eles que se sentem mais seguros. Isto é patológico creio eu.

terça-feira, setembro 20, 2005

Gripe

O que me aflige mais quando tenho gripes não é a constante verbalização, das poucas palavras que o meu cérebro debita, de uma forma nasalada. Não são os espirros e o nariz entupido mas sim o retardo do meu cérebro. Quando tenho gripe dou por mim a digerir a informação em slow motion o que, no meu cérebro, produz efeitos estranhos. Ontem enquanto via a desgraça leonina na madeira oiço o comentador a dizer que o jogo estava histérico, o que, produziu no meu cérebro uma estranha visão em que via os jogadores a jogarem de saltos altos. Estranha a visão e um pouco stereotipada eu admito mas a gripe puxa de mim o mais estranho e bizarro.

sábado, setembro 17, 2005

Manifestar-me daqui para fora

É hoje que, mais uma vez, se prova que o Homem de Neanderthal ainda está vivo. A Manifestação da extrema-direita contra a adopção de crianças por casais homosexuais, bem como, a tentativa de encerrar o programa Esquadrão G é uma aberração e só me apetece apanhar um táxi

Táxi - Para onde?
Eu - Longe daqui se faz favor.

Em pleno século XXI ainda há pessoas que vivem em pleno século XIX, é incrível e atroz.

quinta-feira, setembro 15, 2005

O amor eterno?

Para a máxima que diz que o amor é eterno, a mortalidade, é uma dura realidade que desfaz as máximas cabalísticas que possamos ter em relação a este tema, o amor. Ver alguém a partir na flor da idade é duro, quanto duro é ter a pairar estas máximas de cartão de São Valentim que dizem que o amor é eterno. A um grande amigo, um abraço do tamanho deste mundo nesta hora difícil em que vê a sua cara-metade partir tão jovem.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Combustível

Desde que se aplicou a política de preços livres dos combustíveis que, em Portugal, as três maiores operadoras de combustíveis fizeram a panelinha de forma a aumentar sempre o preço dos combustíveis de uma forma escandalosa. Para além disto, a passividade do Estado, é escandalosa porquanto, o Estado, porta-se como uma das operadoras monopolistas, pois, tem sempre o ganho em impostos garantido. Partindo sempre do pressuposto que, antes demais, o importante é reduzir a dependência do nosso país desse ouro negro que tanto mal nos causa ao ambiente, não consigo perceber também a passividade da população em geral perante este escândalo. Em França os camionistas manifestaram-se contra o aumento dos preços dos combustíveis e conseguiram forçar o Estado Françês a baixar os preços. Por cá manifestam-se os débeis mentais da extrema-direita a favor de reinvindicações medievais porque, os restantes, estão-se nas tintas.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Fotos de Maputo

Para ser sincero a cidade de Maputo não me seduziu muito, ao contrário, as pessoas que conheci em Maputo, essas sim, seduziram-me.

Image hosted by Photobucket.com

Image hosted by Photobucket.com

domingo, setembro 11, 2005

sexta-feira, setembro 09, 2005

Eleições Jurássicas

Entre os dois candidatos Jurássicos, Soares e Cavaco Silva, só me apetece votar no Rei Dom Sebastião. Digo isto porque, dinossáuro por dinossáuro, mais vale Dom Sebastião pelo benefício da dúvida.
Gostei da sondagem da Universidade Católica que indica uma vitória de Cavaco Silva sobre Soares apoiada na ideia que, o eleitorado que votará em Lousã, 45% destes, irão votar Cavaco Silva numa hipotética segunda volta. É curioso como os partidos políticos português controlam as televisões e sondagens. Que credibilidade tem uma sondagem que indica que o eleitorado do candidato do BE irá votar no candidato de Direita numa segunda volta? Esta sondagem foi encomendada para motivar a ainda não anunciada candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República. Já nem me refiro ao facto de, neste país, não se conseguir produzir figuras políticas novas e termos que recorrer aos dinossauros da praça. Manuel Alegre és o maior!!

quinta-feira, setembro 08, 2005

Imagens de Moçambique

Eis algumas imagens de Moçambique

Paisagem africana


Image hosted by Photobucket.com



Pastor


Image hosted by Photobucket.com



Machinbombo

Image hosted by Photobucket.com



Mercado de Rua do Bilene

Image hosted by Photobucket.com

quarta-feira, setembro 07, 2005

Auto-estrada moçambique style

Dois Tugas num automóvel com destino à cidade da Matola, a cerca de 20 Kms de Maputo, vamos seguindo as placas a indicarem a Auto-estrada para a Matola. Até aqui tudo bem, parámos na portagem da Auto-estrada, pagámos e arrancámos. Duas faixas para cada lado, separador central, estação de serviço e, dez quilómetros mais tarde, um semáforo. Sim! um semáforo, a auto-estrada tem um semáforo no meio do percurso. Como será possível um semáforo no meio da Auto-estrada perguntam voçês? Em �frica tudo é possível basta lá ir e ver.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Um Tuga em Moçambique

Propus-me a escrever uma posta relatando as minhas aventuras em Moçambique mas é complicado resumir num texto tudo o que vi, bem como, o cheiro, as cores, as pessoas e a luz de �frica. Antes de embarcar no avião, com destino a Maputo, mentalizei-me que iria para um país pobre do Terceiro Mundo e que a pobreza dominava, como tal, vacinei-me mentalmente para esse aspecto e fui confiante. Uma vez lá, vi que as vacinas mentais não são capazes de fazer frente a esse vírus poderoso que é a realidade. Por cá não fazemos a mais pálida das ideias do que é pobreza e miséria, a luta diária para comer qualquer coisa, literalmente, qualquer coisa. Não quero negativizar a minha opinião sobre Moçambique com a questão da pobreza mas, a pobreza, é algo que é por demais evidente e entranha-se na pele, mexe com uma pessoa. Moçambique é muito mais do que isso, Moçambique é �frica esse continente que é mágico, só quem lá foi ou esteve consegue compreender o que eu quero dizer com isto. É indescritível o que se sente quando se chega a �frica, tudo é poderoso, imenso, lindo é magia pura.
Maputo é uma cidade linda apesar de estar presentemente feia, os prédios não foram pintados desde 1975, altura em que os Portugueses, os Tugas, abandonaram Moçambique. É curioso mas a ideia que os Moçambicanos têem acerca da “descolonização� é a de um abandono por parte dos Portugueses. Após a descolonização sentiram-se completamente abandonados e os anos após a descolonização foram muito duros para o povo moçambicano. Por lá ainda se vibra com o campeonato de futebol Português, as notícias via RTP �frica sobre Portugal são actuais e muito vivas ainda. Todos falam Português, desde o mais humilde ao mais rico, sim porque os há e muitos ricos.
Irei continuar a falar acerca de Moçambique através de outras postas mas queria frisar que adorei o país, em especial o interior do país, e o seu povo maravilhoso, senti-me em casa. Vou deixar os meus agradecimentos às pessoas maravilhosas que me deram o privilegio de conviver e que me acolheram como se eu fosse família. Assim os meus sinceros agradecimentos a:

Rosmin
Gito
Amina
Eunice
Belito
Mustak
Victor
Sharia
Angelo
Abdul Razaque
Jerri ( o primeiro turista na Lua)
Abudulah

Enfim a todos e espero não ter esquecido de ninguém mas se o fiz é porque foram tantos e bons companheiros(as)

A todos um abraço do tamanho deste mundo inteiro! Bem hajam!!

I´m Back!!!

Voltei de férias de Moçambique e mais tarde farei o relato das minhas aventuras. Até logo!