terça-feira, dezembro 14, 2004

A realidade não é opaca

Tenho vindo a ler muitos textos acerca da História Mundial e das civilizações que povoaram ou povoam o nosso planeta. Infelizmente, tenho visto que esse conhecimento tem sido plataforma para muitas ideias distorcidas e que fogem sempre ao cerne da questão. Quando alguns inegrumenos fazem a apologia das civilizaçoes brancas, nomeadamente nórdicas, como o exemplo da elevação máxima de desenvolvimento humano é um absurdo, pois, esquecem-se das civilizações que já existiram. O reverso da medalha está no veicular de ideias de consolação indicando que os povos que actualmente estão no limiar da pobreza, estiveram antes, num lugar de destaque em termos de avanços civilizacionais. No entanto, é necessário analizar aqui o cerne da questão. Quer uma quer a outra ideia têm em comum a aceitação tácita, como se trata-se da normalidade, que houve e haverá sempre civilizações ou povos mais avançados que outros e isto não poderá ser alterado devido a uma qualquer lei casualística da vida. Nada mais errado pois, se analizarmos bem as civilizações actuais e as anteriores, verificamos sempre que as civilizações que estavam no seu apogeu, estavam às custas de alguém ou de outros. Como tal, fazer apanágio do avanço civilizacional de um qualquer povo, de acordo com que conhecemos até hoje, é idiota e recíproco em ambos os lados. Não se percebe bem porque razão é que uma civilização deverá ser superior a outra, ou estar mais avançada que outra, pois, afinal o que interessa, é que a civilização humana não está avançada com milhões de pessoas a morrerem de fome e doença. Portanto, ninguém tem legitimidade alguma para estar a rir seja lá de quem for devido à riqueza que possuí, pois, de acordo com a história, quem lá esteve em cima mais tarde ou mais cedo caíu.

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