Já mencionei aqui a preocupação que tenho acerca da Nova Constituição Europeia que, ao contrário do que muita gente possa pensar, vai afectar directamente o desenrolar das coisas no nosso PaÃs. A referida Constituição foi elaborada pelos Conservadores de Direita, com a conivência dos sociais democratas ( partidos socialistas entenda-se, nada de confusões com laranjas liberais) e prevê a perca de autonomia por um lado e a preocupação latente em fazer valer o quadro de valores sociais de uma Europa de cariz judaico-cristão. Nada contra o judaÃsmo nem o cristianismo, apenas contra a forma de entender o cristianismo mais propriamente que, ao fazer valer os velhos e seculares valores tradicionais da famÃlia e da boa moral, irão agudizar ou manter presentes muitos dos preconceitos retrógrados vigentes na sociedade actual. O Buttilione, é um exemplo do género de estadistas que está na base da redacção da Nova Constituição, e estes textos deveriam ser revistos ou pura e simplesmente, criar um novo texto para a constituição, laico e separado do poder religioso. Isso, de acordo com o texto da nova constituição, não irá acontecer, aliás, o Vaticano já se pronunciou acerca da ténue referência que o texto da nova constituição faz aos valores cristãos tão tipicamente europeus, o que é estranho, e mais estranho ainda foi a redacção feita mencionando então, a pedido do Vaticano, os velhos e seculares valores da boa moral cristã.
A suposta perca de autonomia é-me relativa até certo ponto, o que não me é relativo é o sistema de votação escolhido pela Nova Constituição Europeia que prevê que paÃses, como Portugal, tenham cada vez menos peso nas decisões tomadas pois, cada paÃs, terá um peso de voto constante no número de habitantes. É evidente que Portugal e outros paÃses mais pequenos vão estar lá a encher pneus.
Por fim, em cada paÃs será efectuado um referendo acerca da Nova Constituição Europeia, o que já de si é um problema pois a forma como irá ser colocada a questão(ões) será de difÃcil concepção. Este post no grupo do pato ilustra bem a dificuldade que será escolher bem o conteúdo das perguntas do referendo.
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