terça-feira, novembro 02, 2004

É hoje que se vai decidir muita coisa, ou Kerry ou desesperem

É hoje que se vai ficar a saber quem é que irá ganhar as eleições nos Estados Unidos e, por estranho que possa parecer a alguns, este episódio que se está a desenrolar hoje nos Estados Unidos, tem influência no nosso país e no mundo. Sinceramente, não vejo em Kerry uma melhoria tão substancial como muitos apregoam, no entanto, pior que George Bush não poderá ser concerteza. O mundo actualmente está a viver um momento de viragem em que, e ao contrário do que muitos conservadores pretendem, temos que alterar radicalmente muita da política económica e social que fazemos actualmente. O petróleo vai escasseando à medida que é engolido cada vez mais pelos países em todo o mundo. A noção de um planeta com recursos inesgotáveis está cada vez mais a revelar-se impossível e irrealista.
Não sei porque é que penso assim mas, temo ainda, que Bush ganhe as eleições, incendiando ainda mais o cenário internacional de conflitos e atentados terroristas. O Iraque transformou-se, como Espanha no início do século passado com Guerra Civil Espanhola, num viveiro de ideais radicais, alimentados pelos Estados Unidos e a sua política neo-colonialista, como reacção à imposição de uma ocupação militar e política do Iraque. A China vive actualmente um período de apogeu económico consubstanciado pela oferta de mão-de-obra mal paga e em alguns casos, escrava. O que acontecerá quando os trabalhadores chineses se aperceberem que o sonho é um pesadelo, que os bens materiais que as sociedades ocidentais proporcionam não são mais do que rebuçados amargos.
Por cá como será o futuro do país? Cada vez se produz menos, cada vez mais a classe política merece menos credibilidade e o futuro? Qual será o futuro? Se não formos nós, o povo, a pegar neste país e a esquecermos de vez as velhas formas de estar na vida herdadas pelo anterior regime fascista, não teremos um futuro muito risonho. Qualquer das vias nem tudo é mau por cá, assim como assim além de haver gente que passa fome, ainda há muita gente que come. Creio, no entanto que, a apatia que se vive no país em torno dos políticos da praça, vai trazer frutos no futuro, as pessoas estão mais críticas e as acções que antigamente passavam sem qualquer resistência, actualmente, vão passando cada vez mais com relutância e resistência. Pode ser que estejamos no caminho certo. A malta mais novinha de agora ( pareço um cota a falar mas enfim) está revoltada mas sem ideias.
Conversa de sábado à noite com um jovem de lenço à Arafat no pescoço:

Jovem: ó pá esta cena tas ver tá bués da mal memo, tas a ver.
Oliveirinha: Sim está mal mas porque é que está mal? O que pensas acerca disso?
Jovem: é pá não sei tas a ver tá buéda mal e quê!
Oliveirinha: Ok já disseste isso mas o que achas que está mal? O que farias se pudesses mudar alguma coisa?
Jovem: É pá tas a ver não sei mas tá buédamal esta cena toda pá! Um gajo…..é pá nã dá tas a ver?!
Oliveirinha: Não, não estou a ver népia!

Entretanto conversei com um puto que é filho do dono de um café onde a malta do oliveirinha se reunia e conversava, e o jovem dizia-me que hoje em dia parece que não há comunicação, as pessoas vivem isoladas numa ilha qualquer que construíram nos seus meios de comunicação virtuais e não falam, não discutem ideias, nada. Isto fez-me pensar numa série de coisas, fazendo qualquer das vias uma ressalva dizendo que, apesar de tudo, poderíamos nós na altura não ter ideias muito melhores que as dos demais, no entanto, tínhamos algumas e pensávamos nas coisas, produzia-se algo. Hoje em dia o importante é ser bonito e galante, não há mais formas de se compor uma estante.

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