sexta-feira, novembro 05, 2004

Chinês ou quase

Hoje fui até ao Concelho de Ferreira do Zêzere com dois cromos difíceis, ambos pedreiros, para ver se é possível reconstruir uma casa velha, a cair de madura. Até aqui nada de novo, nem tão pouco digno de registo, a não ser os termos utilizados misturados com a pronúncia marcada do Ribatejo. Entre a cumieira, o lantel e mais uma dúzia de termos específicos dos pedreiros, os tipos só me perguntavam: Tá a abranger ou kei? E eu nada de nada, mas abanava a cabeça qualquer das vias. O que se aproveitou foi mesmo o almoço, entrecosto grelhado com migas e, como não podia deixar de ser, vinhaça daquela de carregar pelo cano, até estala! diziam eles e eu dizia que sim, e não é que estalava mesmo?! O melhor do interior é a generosidade e a genuídade das pessoas, brutas que nem uma porta mas com um coração do tamanho do mundo. No final, perguntaram-me pelos calipos, ou melhor, o que era para se fazer dos calipos. Eu, na minha inocência quando ouvi a palavra calipos pensei no verão e em gelados e disse que isso só no verão. Mais tarde percebi que eles estavam a falar dos eucaliptos.

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