Há sempre uma, outra medida que, na sua essência, parece positiva. No entanto, após uma análise a todos os contornos que esta envolve, concluÃ-se que é uma verdadeira cretinice. Após o encerramento das fronteiras terrestres pelo SEF a quando da realização do Euro 2004, a análise efectuada aos resultados das operações foi satisfatória. Segundo o SEF, a hipótese de voltar a fechar, novamente, as fronteiras terrestres foi reconsiderada. Ao que parece, foram detidos uma série de indivÃduos com documentação falsa e até mesmo, droga foi apreendida. Até aqui tudo bem mas, vista que tem que ser a questão sob todos os contornos que esta envolve, teremos que concluir o seguinte:
A criminalidade verificada nas comunidades emigrantes que vivem em Portugal, não representa nem um quarto da totalidade da criminalidade verificada em Portugal. Portanto, idealizar uma acção que visa controlar a entrada de estrangeiros no paÃs e dessa forma controlar significativamente a taxa de criminalidade no paÃs é preconceituoso e cretino.
A criminalidade verificada durante o Euro foi perpetrada por estrangeiros, mas pouco, ou seja, cidadãos comunitários. Assim o que se pode concluir? Que terá que ser considerada a comunidade inglesa. Alemã e holandesa como comunidade estrangeira, ao contrário do que se verifica actualmente?
Fechar as fronteiras evitará a proliferação das redes de tráfico humano? Se com as fronteiras abertas, o tráfico é crescente, com as fronteiras fechadas, será maior ainda e mais lucrativo para as redes.
Em suma, a ideia poderá parecer positiva mas, mais uma vez, como é nosso apanágio, escamoteamos a questão e não investimos no cerne da questão. A polÃtica de emigração é o cerne de toda a questão que envolve a criminalidade a ela associada. Quando não se definir, de uma vez por todas, se pretendemos, ou não, uma polÃtica de emigração em vez de fogachos repentistas e desumanos, não se poderá diminuir a criminalidade associada à emigração.
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