Escrever textos na blogoesfera tem muito que se lhe diga. Facilmente se criam expectativas, umas falsas outras verdadeiras, em torno da pessoa que escreve e, daà até à subversão completa daquilo que se escreve, é pequeno passo. Por vezes, deparamo-nos com situações que, no meu ver, só podem ser explicadas pela pura e simples incapacidade de compreender o que se lê, não que o que se lê esteja mal escrito mas, acima de tudo, porque quando se lê, busca-se sempre algo que apoie a visão mais ou menos distorcida de cada um. Deparei-me hoje com uma situação dessas que, aparentemente, poderá parecer cândida mas que na realidade não é. Para figurar a situação a que me refiro vou fazer uma espécie de metáfora, ou seja, sem indicar explicitamente a situação vou antes recorrer a um exemplo figurativo. Suponhamos que alguém escreve um texto verde e que colhe comentários de opinião porque outrem leu o referido texto e até concorda. Até aqui, aparentemente, tudo está bem mas, bem vistas as coisas, não está quando se verifica que o texto verde, apesar de ser a mistura entre o azul e o amarelo, nada tem a ver com a opinião azul, fruto de uma evolução, poderá ser da mesma famÃlia mas não é exactamente a mesma coisa. Nesta situação as clivagens não são evidentes mas existem e na realidade são muito grandes.
Uma coisa é ir contra as teorias nórdicas de uma “raçaâ€� superior em relação à s meridionais, e a outra é estar contra essa teoria como suporte para a fundamentação de uma teoria que “proveâ€� que os nórdicos estão errados porque os meridionais são superiores. A diferença é de quilómetros e neste caso aplica-se o verde à descontrução, cientÃfica e despreconceituosa, da teoria da superioridade nórdica, e a cor azul à teoria de reacção que subverte, dentro da mesma lógica, a teoria de superioridade nórdica com o caminho inverso, ou seja, com a mesma argumentação tentar provar que os meridionais são de facto superiores aos nórdicos. ConvÃnhamos que é no mÃnimo surrealista.
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