segunda-feira, agosto 02, 2004

Por falar em preconceitos....

Correndo o sério risco de ser considerado preconceituoso, eu, não posso deixar de expressar a minha estranheza perante usos e costumes, modus operandi de algumas pessoas que, pertencendo a certas organizações, insistem em estilizar formas de pensar e actuar perante as várias situações e contextos às quais são confrontadas. Creio que, apesar da associação de certos silogismos, a formação de convicções está ligada à personalidade de cada um e, indubitavelmente, à forma como várias pessoas reagem ou apreendem, os mesmos valores, de formas diferentes. Essa particularidade intitula-se ancoragem directa, ou seja, a forma como indivíduos, diferentes entre si, apreendem conceitos e valores sociais comuns a todos de uma forma diferente. Tudo isto apenas para explicar o que eu vejo na actuação de partidários do PSD, apesar de, obviamente, serem indivíduos diferentes entre si no que concerne o espaço intimo de cada um mas que, e apesar disso, agem de forma idêntica perante os problemas a que são confrontados. De várias pessoas que conheço, partidárias ou simpatizantes, do PSD, existe um denominante comum. As reuniões infindáveis, as conversas, as horas que passam sem chegar a conclusão alguma. A falta de objectividade é clara e óbvia.
Normalmente, as reuniões devem ser convocadas para encontrar soluções para certos de determinados problemas, sendo que, o garante de uma reunião produtiva é, imprescindivelmente, o pragmatismo como os problemas devem ser equacionados, dando como é exigido, uma ênfase maior na solução do problema em vez do problema em si. Das reuniões, infindáveis, que tive com partidários do PSD, num contexto laboral, graças a Deus, havia sempre a particularidade de se falar horas a fio no problema e de quem o provocou para que, depois de horas de discussão, se agendar nova reunião para encontrar soluções. Claro que, soluções foram-se arranjando algumas, a saca rolhas e na maior parte das vezes, extemporâneas. Havia sempre outro factor que me deixava perplexo, o sucessivo e incessante recusar de chegar até ao problema, ou seja, de falar com quem tivesse cometido o erro e, de uma forma frontal, questioná-lo acerca do porquê. Dessa deficiência resultava sempre jogos palacianos, preconceitos e ideias estapafúrdias que resultavam, sempre, na agudização do problema.
Para se ser líder, primeiro, tem que se nascer líder, em segundo é necessário que, intrinsecamente, se seja organizado e saber planificar com provas anteriormente dadas. De repente, não consigo associar esta última ideia ao novo Primeiro Ministro. Quem por natureza consegue liderar, sabe perfeitamente, o que fazer, resume as reuniões significativamente. Não necessita de tantas reuniões, nem de apontar culpados pois tem uma noção concreta do que é um sistema que, forçosamente, tem de funcionar com pessoas, diferentes entre si, e que, para além de seu orgulho, anda também o orgulho e a percepção, diferente, dessas mesmas pessoas que o executam.

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