sexta-feira, outubro 29, 2004

Halloween

Hoje os senhores da Caixa Geral de Depósitos foram todos brincar ao Halloween para pregar um susto ao Governo. Ao que parece, quem pregou o primeiro susto, foi o Governo quando anunciou a passagem do dinheiro dos descontos dos funcionários da CGD do fundo nacional de pensões para a Caixa de Aposentações, agora os senhores da CGD estão a fazer greve para ver pregam um susto ao Governo. Nas televisões, ou não fosse o governo que mandasse, ainda não apareceu nada acerca da greve e o susto que os senhores da CGD pretendiam pregar ao Governo reflectiu-se directamente nos clientes da CGD.
No meu tempo de cachopo, como se diz na minha terra, andávamos aos bolinhos e os adultos andavam ocupados com a abertura dos pipos de água-pé. � noite faziam-se um serão com muitas broas de batata doce, abóbora e grão e, como não podia deixar de ser, muita água pé e castanhas. Bons tempos aqueles que agora são substituídos pelo Halloween. Não consigo perceber esta história desta aculturação idiota por parte dos portugueses em torno de uma festividade que, apesar de tudo, é idêntica à nossa por ser um momento especial para as crianças. Por cá, tradicionalmente, o Dia dos Finados traz subjacente antigos rituais pagãos que forma transportados para o cristianismo, é o completar de um ciclo de vida e o início do Outono e de Aténigia, Deusa do tempo e dos mortos. Parece que têm vergonha daquilo que é genuinamente português e preferem render-se às modas estrangeiras, nomeadamente, norte-americanas, enfim não compreendo mas afinal, sou do campo felizmente e ainda tenho o privilégio de assistir a uma tradição que por cá teima em manter-se viva.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Do vosso amigo paulo portas

A propósito do complemento de Reforma atribuído aos ex-combatentes do Ultramar, o Ministro da Defesa, aproveitou para se servir desse momento para fazer uma campanha suja, eleitoralista, bem a jeito do estilo de fazer política de Paulo Portas. Num pais que até à bem pouco tempo escondeu os números reais das baixas portuguesas na referida guerra, é triste que alguém como o Sr. Paulo Portas, utilize algo a que os ex-combatentes têm direito para fazer campanha demagógica. O complemento de reforma é um direito de todos aqueles que viram a sua juventude e a sua vida em perigo numa guerra estúpida e sem sentido, não é uma prenda oferecida por alguém.
Para quem não sabe, a acompanhar o pagamento do primeiro complemento de reforma vem uma cartinha assinada por Paulo Portas como quem diz, eis uma prenda de Paulo Portas e não digam que não vão daqui sem nada, e já agora não se esqueçam de mim nas próximas eleições.

terça-feira, outubro 26, 2004

Escolhas

Sendo esta a última vez que vou escrever acerca do José Castelo Branco, já que da última vez que o fiz foi apenas um teste, do qual resultou um posterior post, gostaria de abordar uma questão que a escolha desse personagem da Paródia Nacional para ingresso no programa televisivo “A Quinta das Celebridades� fez, ou qual o efeito que essa escolha produz no veicular e cimentar do preconceito acerca da Homossexualidade. Quanto a mim, a escolha do José Castelo Branco só teve, na mente da Direcção de programas da TVI, um propósito apenas. A escolha serve o propósito de alimentar o preconceito em torno do que os comuns dos mortais têm acerca de um Homossexual, vulgo para esses mortais bicha, e nada mais. Não se pode dizer que a escolha de José Castelo Branco tenha sido feita pelo facto de este ter seja lá o que fosse de interessante a dizer a quem quer que seja, aliás, nenhum dos restantes participantes tem.
Toda a gente se prega em frente ao caixote a cores para ver mais uma das birras ou esgares de José Castelo Branco e gozar, só isso gozar. A imagem que o José Castelo Branco transmite é apenas essa, algo ridículo, no entanto, é importante referir que este, como qualquer pessoa tem o direito de agir e pensar como entende ou de acordo com a sua personalidade, o que está em causa é o porquê de, ainda, se colocar no leque de escolhas as hipóteses estigmatizadas de vários personagens como a Loira, o galã, a puta e a bicha louca. Qual é a imagem que se pretende transmitir de um Homossexual? Será o JCB o protótipo de um homossexual? E a suposta puta? É puta porque é uma porca? Atira-se a todos os homens? É grave quando a maioria da população portuguesa age preconceituosamente, devido à ignorância instituída e, ainda por cima, se alimenta mais os estigmas transportados ainda do século passado para os dias de hoje.
Não quero saber se o JCB é ou não é, ou se é seja lá o que for, é uma questão secundária mas acho de muito mau gosto a escolha dos concorrentes tendo apenas o objectivo de vender shares e mais shares, no entanto, nada disso me espanta, é a televisão(ões) que temos. Um exemplo flagrante do que eu referi está no Big Brother Britânico onde um travesti foi selecionado apenas pelo facto de ser travesti e não de, pela sua personalidade, ser uma pessoa que pudesse adir algo de interessante ao programa. A pessoa em causa até ganhou o concurso referido e até poderá efectivamente ter algo de interessante a dizer, no entanto, não foi isso que passou pela cabeça dos directores de programação à semelhança de cá com a Quinta das Celebridades.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Tradução

Amanhã vou com um senhor madeirense tratar de uns assuntos, umas papeladas. O senhor é extremamente simpático e gosta muito de falar comigo e eu também gostava de poder falar com ele mas se não percebo nada daquilo que ele me diz como é que vou falar com ele? Há algum tradutor de português falado com pronúncia madeirense?

sábado, outubro 23, 2004

O Drama, o terror, a tragédia

Sempre pensei que a minha mãe fosse uma figura com juízo, alguém que eu pudesse observar e imaginar o que seria se eu tivesse um pingo de juízo que fosse. No entanto, e aos 57 anos de idade, a idade aconselhada para já ter algum juízo, a minha mãe começou a gostar de futebol. Aonde é que isto vai parar? É que ainda por cima percebe de futebol. Um dia destes ainda me vai cravar uns trocos para ir curtir a night com o meu velhote par uns desses antros de pecado que o Reitor da Católica referiu ó caraças!

sexta-feira, outubro 22, 2004

Caçetada e carneirada com batatas a murro

Nunca consegui compreender a dinâmica latente da fronteira entre um acto democrático e um acto de vandalismo. Por muitas ocasiões a fronteira desloca-se ao gosto de quem analisa, ou seja, se a simpatia é inculcada em quem se manifesta e carrega sobre a polícia, os maus da fita são os polícias, se a simpatia recai em quem chama a polícia para se “defender�, então, quem carrega sobre os polícias é arruaceiro. Falo acerca da carga policial contra os estudantes em Coimbra.

Questão 1: Aonde fica a fronteira, que referi anteriormente, quando as Instituições tomam decisões, de uma forma autista, sem respeitar a opinião de quem elas deveriam, supostamente, servir os interesses?

Questão 2: Aonde fica o exercício da democracia quando, esgotadas que são as vias institucionais, os centros decisores persistem em levar avante as decisões que violam os interesses e direitos daqueles que, estes, supostamente, deveriam servir?

Estas situações parecem uma pescadinha de rabo na boca, ou seja, se as instâncias não podem ver o seu espaço e normal funcionamento violado por manifestações, é bom que, para abono da Liberdade, as instâncias saibam viver em Democracia e assim evitem a tomada de atitudes de último recurso. Não se pode depositar a imprescindível confiança em Instituições que desrespeitam e se recusam, determinantemente, a ter a ombreiedade de saber ouvir e o quão importante é saber ouvir. Quero posso e mando faz bem jus aos Newmandarins que estes gestores ou reitores são na realidade. Um líder sabe, caso contrário não seria líder, ouvir quem este serve. A lealdade deverá ser prestada aos estudantes e às suas preocupações e só depois, e analisadas que seriam as reinvindicações, tomadas as decisões. A quem é que estes servem, ou melhor, a quem estes deveriam servir? Aos alunos e qualidade do ensino? Ao poder instituído?
Para mais gostaria de saber aonde é que alguns iluminados foram buscar a ideia de haverem agitadores misturados nas manifestações? Se bem me lembro, quando foram as manifestações contra a PGA, estes estavam lá mas não eram estudantes mas sim polícias à paisana tirando fotografias ao pessoal! Ganhem vergonha na cara! Por se manifestar é-se de extrema esquerda? Pois infelizmente só os de extrema-esquerda se manifestam, enquanto a restante carneirada come e cala.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Chomsky a ameaça do Neo-liberalismo


Uma das leituras obrigatórias para quem se mostra atento ao desenrolar dos acontecimentos ao nível da política internacional é, sem dúvida uma das, pelo menos, Noam Chomky. É considerado um esquerdista por muitos, no entanto, prefere ser apelidado de Anarcosindicalista. Irei transcrever um breve trecho de um ensaio que este escreveu em 1964, apesar de, e não obstante a data em que foi escrito a que se refere ser a Guerra do Vietname, este ensaio é actualíssimo pois lançou a discussão acerca do que é o pensamento e, acima de tudo, desmistificou o dogma do controlo que o poder exerce sobre os vários intervenientes de uma qualquer sociedade. Este trecho não dispensa a leitura completa do ensaio para que, de uma forma objectiva, se compreenda realmente a extensão de tudo aquilo a que Chomksy se refere e, no final, poderão ser sujeitos a uma surpresa agradável ao verificar que este ensaio não se resume a um doutrinamento cego, pelo que, para quem advoga as ideologias de Direita, poderá continuar a advogá-las mas, após a leitura deste ensaio, poderá então compreender os mecanismos de poder e de persuasão dos diversos governos. Como está muito na voga a atribuição da terminologia de Neo-liberais aos vários governos actuais de Direita, este ensaio poderá mostrar que de Neo, os liberais actuais não têm nada.

Trecho do Ensaio intitulado “The Menace of Liberal Scholarship� publicado no The New York Review of Books, em 2 de Janeiro de 1969

What grounds are there for supposing that those whose claim to power is based on knowledge and technique will be more benign in their exercise of power than those whose claim is based on wealth or aristocratic origin? On the contrary, one might expect the new mandarin to be dangerously arrogant, aggressive, and incapable of adjusting to failure, as compared to his predecessor, whose claim to power was not diminished by honesty about the limitations of his knowledge, lack of work to do, or demonstrable mistakes. In the Vietnam catastrophe, all of these factors are detectable. There is no point in overgeneralizing, but neither history nor psychology nor sociology gives us any particular reason to look forward with hope to the rule of the new mandarins.

Os newmandarins que Chomsky se refere são os Gestores de topo, em especial, aqueles que desempenham funções de destaque na vida pública. Actualmente, vivemos impregnados por especialistas e pela “ ditadura� da especialização, doutrinada desde tenra idade nas escolas com o culto do Doutor e do isolamento, em ilhas de conhecimento, dos variados factos que ocorrem no dia a dia. Não faz sentido que uma questão de si multidisciplinar seja alvo da colonização de um ou outro especialista que, em terreno já lavrado pela instrução que o público tem nas escolas, vê a sua opinião ou vontade exercida sobre os demais. Um exemplo nítido desta doutrinação está na reacção que o público tem à mais variadas situações a que é sujeito. “ Eles é que sabe� é a figura mais emblemática deste Estado de Coisas. Quando não se aposta na formação de um individuo, na escola, no sentido de proporcionar a este os mecanismos que o habilitem a pensar acerca de tudo, privilegiando antes, o ensino de matérias factuais desprendidas de todos os seus contornos. O que resulta deste estado de coisas é a expressão democrática que o povo tem actualmente para com a política, ou seja, passividade.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Cagando e andando

Cagando e andando é a expressão que melhor se enquadra no que se está a passar actualmente com a opinião pública Portuguesa, acerca dos mais variados assuntos que têm vindo à baila. Ao que parece, o José Castelo Branco, a bola que entrou ou não na baliza e as declarações dos presidentes dos clubes de futebol e regiões autónomas, do mais refinado tasqueiro que possa existir, nutrem mais as conversas do que qualquer outro assunto, quer na opinião pública, quer nas conversas de café e, salvo as raras e honrosas excepções, na Blogoesfera também. Desde á uns tempos para cá tenho verificado que a Blogoesfera tem vindo a perder algum do seu fulgor, está murcha, como murcha está a situação no país parece-me.
A blogoesfera sempre foi, para mim, um veículo de transmissão de ideias, de mera comunicação, de partilha ao fim ao cabo, no entanto, e apesar do cunho pessoal que cada blog tem, não se pode olvidar o facto de que se está a publicar, passo a expressão, ideias e pensamentos para milhares de pessoas, e estas ideias e pensamentos, como tudo na vida, são susceptíveis de geraram empatia ou controvérsia. Não me assuta, como nunca me assustou, a ideias controversas, nem o comentários manifestamente idiotas, apesar de, felizmente, por cá não ter sido alvo de tais comentários. Contudo, o que eu pretendo dizer com tudo isto é que na Blogoesfera, o mais interessante são as reacções que as pessoas têm sobre o que se escreve, pois isso, no meu ver, ajuda a maturar as ideias, a indagar sobre estas e acima de tudo, levanta novas questões. No entanto, a Blogoesfera tende a tornar-se um imenso restaurante de fast food com ideias fast food, consensuais e sem muita reflexão. É também, actualmente, um local onde o OMO lava mais branco, terreno propício para a lavagem de uma outra querela pessoal que umas e outras pessoas têm.
Não pretendo visar quem quer que seja, isto é aquilo que vejo e não é também, uma reacção a uma qualquer provocação que eu tenha sido alvo ou alguém mais próximo de mim. No entanto, aborrece-me ver blogues muito interessantes com uma afluência reduzida, sem comentários, ou poucos e postes onde se pretende, incessantemente, reinventar a roda. Detesto a rotina e a Blogoesfera por vezes está a tornar-se uma rotina devido à falta de feed-back.

terça-feira, outubro 19, 2004

Exótico ou exotismo do que parece, mas não é.


Nos países ocidentais por vezes fala-se dos países do Terceiro Mundo com um certo exotismo que, na realidade, não existe. Não consigo ver qualquer tipo de exotismo num país como a �ndia, por exemplo, com uma sociedade dominada pelo sistema das castas. A ideia de uma pessoa nascer numa determinada casta, e por tal, não ter hipóteses algumas de conseguir melhorar a sua vida, pois isso, é tido como tabu social, ou seja, nunca alguém de uma casta inferior nunca poderá executar o trabalho de alguém de uma casta superior. Como é possível, mesmo que em textos publicitários, ver-se apelidada a �ndia como a maior democracia do mundo?
Tenho uma pessoa minha conhecida que foi à índia e o que lá viu é, no mínimo, Dantesco. Crianças que vão pedir dinheiro a turistas para comprar leite e que depois de os turistas darem o dinheiro para comprar o leite, as crianças, voltam a depositar o leite na Leitaria para assim receberem a sua comissão do leiteiro, cabecilha do esquema, isto não é exotismo, é miséria.
Na �ndia actualmente morrem milhares de pessoas de fome, no entanto, existe um programa nuclear na �ndia. A classe média é inexistente, foi substituída por uma geração de ricos, muito ricos que, inclusivamente, têm mais poder de compra que qualquer rico que viva na Europa.
Esquecemo-nos facilmente do que é a pobreza e a miséria, aliás, não a conhecemos na Europa, pelo menos, ao nível de um país como a �ndia e outros países que tais do Terceiro Mundo. Procuramos ver o lado humano da vivência daqueles povos em contraste com a nossa vivência e chegamos a conclusões distorcidas do que é a realidade. Ficamos chocados com o relato de um caçador furtivo que abateu um elefante em troco de uma máquina de moer grão e achamos que essas pessoas são incivilizadas, não têm respeito pelos animais. Esquecemo-nos que dessa máquina de moer grão depende uma família inteira que não tem água potável e que morre de doenças que, por cá, já não se morre à séculos, é estranho mas tomamos em conta a desproporção do que é a vida e as sua amplitude. Enviamos sacos de milho trangénico, que não pode ser comercializado cá, em troca de petróleo, muito petróleo e ficamos descansados porque fizemos algo correcto para aqueles que necessitam. Será? As ONG´s são um negócio tremendo.
Em �frica, por cada 10 sacos de cereais que são enviados, um chega ao seu destino, o povo carenciado, no entanto, esse saco chega sob uma contrapartida impossível de ser paga. Chega sob a contrapartida de petróleo, minérios, recursos naturais e uma cada vez maior dependência desses países para os ex-colonizadores e neo-colonizadores. Não está certo, o Neo-colonialismo está aí para vingar e é vergonhoso a forma como os governos europeus, já para não falar dos Estados Unidos, são cúmplices nesta negociata.
Há imensas oportunidades de trabalho voluntário, ou não, para quem realmente quiser auxiliar esses países e a si mesmo, visto que, uma experiência destas vale mil lições na vida.
Parece um pouco sentimentalista pensar assim mas, enquanto o fosso entre o Ocidente e o Terceiro Mundo existir da forma como existe, o povo dos países ocidentais sofrerá, como tem vindo a sofrer, as consequências do desemprego. Por cada fábrica das multinacionais europeias que abre num dos países do Terceiro Mundo, milhares de postos de trabalho são perdidos na Europa. Facilmente se pensaria que é positivo para os povos do Terceiro Mundo a abertura de fábricas nos seus países, no entanto, a realidade é bastante diferente. Nessas fábricas trabalha-se de uma forma que nós cá julgávamos esquecida algures no século passado, mas não, ela existe lá no Terceiro Mundo.
Enquanto não houver um organismo regulador do comércio Internacional que realmente fiscalize o comércio de produtos internacionalmente, de forma a impedir o comércio de produtos manufacturados por empresas que desrespeitam as mais básicas condições de trabalho e exploram o trabalho infantil, por exemplo, o futuro das próximas gerações está em perigo. Portanto, cada vez que adquirirem um produto made in china, pensem bem no que fazem.
Propõe-se que os modelos de desenvolvimento para os países subdesenvolvidos prevejam realmente o desenvolvimento humano e social das populações que vivem nos referidos países com o devido respeito pela realidade cultural de cada um dos povos sem que, como tem vindo a ser feito, se doutrine as populações num estilo de vida ocidental, consumista da pior espécie. Escolas. Saneamento básico, acesso à informação e democracia, estas são as armas do desenvolvimento humano e social dos países de Terceiro Mundo respeitando as suas realidades culturais, sociais e religiosas.

segunda-feira, outubro 18, 2004

On parle futebolês

Cada vez mais é evidente que o futebol nacional é o espelho do país em que vivemos. Não estou a preparar terreno para discutir as cenas lamentáveis que ocorreram no passado Domingo a propósito de mais um clássico Benfica/Porto, no entanto, é curioso ver que a reacção ao jogo de Domingo gerou muito mais polémica e frisom, na população em geral, do que o caso Marcelo Rebelo de Sousa.
Por vezes penso se não será mais democrático o Futebol Português do que propriamente a cena política nacional. No futebol discute-se cartões amarelos ou vermelhos, arbitragens e outros incidentes normais do futebol mas, em contrapartida, o facto é que os cartões, os penalties e as outras situações são aplicadas, ou seja, os cartões amarelos mostram-se, discute-se depois a aplicação dos mesmos mas age-se. Na cena política nacional não, o governo joga em nítido fora de jogo, marca golos com as mãos, agridem-se os jogadores e no entanto não há cartões para ninguém. Onde está a democracia?
As claques, quais hordas de bárbaros, degladiam-se entre si para verem quem é que consegue ser mais Neanderthal que o outro. Trocam mensagens carinhosas entre si, arremessam lembranças e objectos úteis para a vida na caverna (Pedras). Uma coisa que me deixa perplexo é a atenção que é dispensada a estes individuos, ou seja, tipos que vão para um estádio insultar a claque contrária, que levam um arraial de porrada da polícia mas que, mesmo assim, voltam lá sempre para levarem mais porrada, não podem ser levados a sério pois não. Os políticos por sua vez agem de forma semelhante, ou seja, insultam a nossa inteligência, atraiçoam-se uns aos outros, levam porrada nas urnas mas voltam lá sempre para continuar a festa.
Creio que o melhor é colocar os políticos ao lado das claques e depois carregar sobre eles para ver quem é que é mais democrata.

domingo, outubro 17, 2004

Deustche Volke



Na Sexta-feira passada tive que aturar um par de alemães, absolutamente intratáveis diga-se, a propósito de um processo burocrático complicado que parecia estar enguiçado. Por vezes criamos estereótipos acerca de certos povos que, no tribunal da vivência e do dia a dia, são completamente postos de lado e refutados. Temos por vezes a mania de pensar que lá do outro lado é sempre bem melhor do que cá deste lado, mas não é. Ter que apanhar com um Alemão, que pensava que eu não falava alemão, a tecer maus comentários acerca dos Portugueses, estando esse alemão a viver em Portugal à seis anos, é muito desgastante e por vezes até dá vontade de criar um ou dois estereótipos acerca dessas personagens. Não irei fazer tal coisa por um motivo muito simples. A comunidade Alemã a viver na minha área, ou perto dela, é composta pelo mais variado conjunto de pessoas vindas de vários estratos sociais e com formação moral e académica muito diferente entre si.
Quando estive na Alemanha por duas vezes e por duas vezes me apercebi do que era o alemão típico, aliás, os alemães típicos. Para mim existem claramente dois tipos de Alemães, os bons e os maus. Como em todo o lado, a ignorância polui a razão e o respeito ao próximo, e na Alemanha isso não é excepção. Conheci Alemães que, ao contrário do que muito as pessoas possam pensar acerca deles, são pessoas muito carinhosas, de trato fácil e cultas. Do outro lado, existem os outros Alemães, aqueles que não gostam de estrangeiros e que fazem menção especial em fazer sentir isso aos estrangeiros que lá habitam ou vão de férias. A diferença entre os dois tipos de Alemães tem a ver directamente com o nível cultural de ambos, desnecessário será indicar quem é que possuí um grau cultural mais elevado.
Gostaria que este post fosse um cartão de visita para os Alemães, os Bons Alemães, como é o caso de três que eu conheço. Conversei com a Karin Jordan, alemã de Hannover na Baixa Saxónia, acerca do episódio de sexta-feira passada. Que conversa maravilhosa pois, como eu já tinha visto e pensado acerca disso, a ignorância e falta de formação das pessoas, marca indiscutivelmente a relação destas com os outros. Em Portugal vivemos com a noção de que não somos racistas, ou pelo menos, tão racistas quanto aquela imagem que temos dos Alemães. Não é verdade, somos tanto ou até em alguns casos, mais racistas que os Alemães. A Karin falava-me do tempo em que chegou a Portugal e como por vezes, na surdina, era presa fácil para alguns comentários. Quanto mais ignorante forem a pessoas, maior é a possibilidade de essa pessoa pensar ou ter comportamentos e pensamentos discriminatórios em relação a estrangeiros, e cá em Portugal como na Alemanha isso não deixa de ser verdade.
Mando um grande abraço à Karin Jordan ao Lothar e à Cornélia Lind, os três Alemães que vos falei, os bons Alemães. Vivem em Portugal, falam a minha língua, conhecem os meus usos e costumes e nunca deixaram de ser Alemães. Adicionaram um elemento muito interessante na vida social das comunidades onde estão inseridos. Bem Hajam, o outro Alemão, que vá lavar a boca com sabão macaco próprio para o macaco que ele é.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Alterações

Quase como se de um autarquia Laranja se tratasse, o Raminhos, vai lavar a cara, ou seja, vai mudar o Template continuando todo o resto na mesma. É quase como os cartazes das autarquias laranjas a dizer " Repare como a sua cidade está mais bonita" no entanto, a cidade geralmente não está mais bonita, está é com mais buracos mas, o Raminhos como é alérgico a Laranjada, vai continuar na mesma mas sem os buracos.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Sagres

Hoje ouvi as teorias do Nilton acerca do último anúncio televisivo da Sagres. Ora bem vamos lá ver o que é que o spot publicitário nos diz:

Um jovem com uma sagres na mão é surpreendido quando alguém toca à campainha. Do outro lado da porta uma loiraça com um chupa chupa chupa e chupa na boca, com um aspecto saudável que o aborda como quem diz : " bute aí brincar um coche!?" e o gajo diz que não pode ser olhando para a cerveja?!

Hipóteses:

  1. O gajo é homosexual e o spot publicitário é dirigido a Homosexuais. Gay que é gay bebe sagres. Ok aceita-se.
  2. O gajo já está com uma tremenda bebedeira que já nem valia a pena fazer nada. Sagres causa impotência.
  3. O gajo não é gay nem está com uma bebedeira tremenda, é apenas tótó.

O cenário não é animador e a marca de Cerveja não vai conseguir muita coisa com aquele spot publicitário pois, se fosse a primeira hípotese em vez da loiraça devia ter aparecido um Homem. se for a segunda hipótese, das duas uma ou o gajo tem problemas erácteis ou então é mesmo fraquinho e a cerveja ajuda. Quanto à terceira hipótese, eu acho que essa é a mais plausível, sendo a dúvida apenas em saber se o gajo já era tótó ou ficou assim depois de beber a cerveja.

segunda-feira, outubro 11, 2004

Tinha que ser mais dia menos dia

Uma das minhas paixões é o futebol, mais propriamente, o Sporting. Neto e filho de sportinguistas não tinha outra alternativa senão ser sportinguista. Daí eu colocar um link novo no Raminhos. Sangue Leonino.
A malta do Benfica e do Porto que tenham lá paciência mas não há links para blogues vermelhos e ou azuis.

A corte de El Rei Tadinho

Para quem leu um livro infantil intitulado “ A corte de El Rei Tadinho� percebe bem o que é que o Governo de Coligação está a fazer e o seu respectivo modus operandi. No livro que mencionei, a uma dada altura, o Rei tomou uma decisão impopular que gerou muita contestação. Para minorar a contestação, El Rei Tadinho, emitiu um decreto régio que previa a distribuição, gratuita, de pastéis de nata às segundas-feiras.
Santana Lopes, após a contestação a que está a ser alvo, primeiro refugiou-se nos Açores para fazer campanha política para o seu partido nas eleições Regionais dos Açores à custa dos contribuintes porque estes, são sempre, o que têm que pagar a factura. No entanto, Santana Lopes, em vez de decretar a distribuição gratuita de pastéis de nata, decretou a descida do IRS para 2005, o aumento das pensões, viagens pagas aos estudantes dos Açores e aumentos na Função Pública acima da inflação. El Rei Tadinho prometeu a distribuição gratuita de Pastéis de Nata, resta saber se os Pastéis de Nata serão frescos ou podres. Mesmo que os Pastéis de Nata estejam podres, El Rei Tadinho, cumpriu a promessa feita ao seu povo, ou seja, distribuir Pastéis de Nata. E Santana Lopes? Qual será a frescura dos seus Pastéis de Nata?
A descida do IRS para 2005 é um dado muito curioso pois o que se está a fazer actualmente é baixar ou eliminar, drasticamente, os escalões de Abatimentos, tornando-se assim a descida dos escalões de IRS infrutíferos pois iremos pagar o mesmo que em outros anos ou talvez até mais dinheiro do que antes. Os pastéis de nata de Santana Lopes estão podres!

sexta-feira, outubro 08, 2004

Outono Marcelista

Este último acontecimento que envolveu Marcelo Rebelo Sousa é hilariante, não pela situação em si, mas pelas tentativas de extracção de dividendos de uns, e a tentativa de minorização do mal instalado por outros. É curioso ver como a oposição tenta tirar dividendos de uma personagem que, no mesmo programa, criticava os partidos da oposição e, de uma forma muy douta, desculpabilizava o anterior governo de Durão Barroso. No entanto, e apesar de não concordar com as opiniões de MRS, ele era, antes demais, um cidadão como qualquer outro com o direito de veicular a sua opinião. Como sabem, o direito de opinião de cada um, foi violentamente negado a MRS.
Se todos já sabiam que a imprensa poderia, ou estava, maneatada com os poderes instalados, havia uma reserva moral, uma gota de esperança que nos mantinha de certa forma à tona de água. A reserva esgotou-se e esgotou-se também o crédito que as pessoas dão ao Estado, de certa forma. A letargia crónica do povo português está a atravesar agora uma crise muito aguda.
O cenário da convocação de eleições antecipadas, quanto a mim, é uma hipótese muito remota e teremos que aguentar, se conseguirmos, o actual Governo, digo, Desgoverno de Santana Lopes, ou será de Paulo Portas ou de quem apanhar, perdi a conta a esta altura.
Quais as perpectivas de futuro para um jovem português?

1º Abrir uma estação televisiva só com o Marcelo Rebelo Sousa?
2ª Fugir para as Berlengas?
3ª Cagar e andar?
4ª Adoptar um estilo de vida neo-hippie desprovido de bens materiais?

Aceitam-se sugestões.

Já o meu avô dizia que o melhor que nós levamos desta vida é o que comemos, o que bebemos e o que ......

quinta-feira, outubro 07, 2004

Já para o Conselho Directivo!!!!

O setôr foi mandado para o Conselho Directivo com direito a repreensão e um puxão de orelhas. Esta situação que envolve o Professor Marcelo e os peõs de brega do governo, não me espanta, aliás, só quem não vê os noticiários de todos os canais portugueses é que não se apercebe da manipulação a que estes estão sujeitos pelo Governo Laranja. Sobre esta questão não direi mais pois os vómitos afectaram-me consideravelmente, no entanto, direi apenas uma coisa. O que nos separa de um país civilizado europeu para uma república das bananas centro-americana é apenas um bigode e um caxuxo. Deixem lá o Santana crescer o bigodinho e enfiar o caxuxo no dedo mindinho que aí seremos uma verdadeira república das bananas.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Isto dá para pensar

Num momento actual em que, quer em Portugal, quer a nível internacional, a fotogenia e o look, parecem ser um factor determinante para a captação de votos para as respectivas "campanhas políticas", não posso deixar de registar este pequeno detalhe. A saída de Carlos Carvalhas da direcção do PCP teve um impacto grande na opinião pública não afecta a aquele partido. Os militantes do PCP não reagiram com grande surpresa ao anúncio da saída de Carlos Carvalhas, pelo contrário, estavam ao corrente do que se iria passar.
Na carta escrita por Carlos Carvalhas, em nenhum ponto este enunciou qualquer motivo que se prende-se com um hipotético cansaço. Carvalhas disse algo que me fez a pensar acerca do que é o modus operandi actual de maior parte dos políticos. Este disse que não era de acordo com a noção de um Líder eterno, este, deveria ser mudado de tempos a tempos com vista à necessária renovação deste ou de qualquer outro partido. É um lição em termos políticos pois, apesar de muitos defeitos que o PCP tem, uma coisa não podem acusar o PCP, falta de coerência. Para além da coerência, está relevância dada à luta por ideias políticos, sejam lá eles quais forem.
Num momento em que as sondagens dão uma vantagem a Kerry devido a aspectos que não têm a ver com o discurso no último debate nem à soluções apresentadas, mas sim, ao aspecto e empatia pela figura, o que Carlos Carvalhas fez é um autêntico hino para qualquer político que se preze. Por cá, e ao que parece, Sócrates vençe pela empatia que criou e que é capaz de criar junto ao eleitorado através da televisão mas, ideias sinceramente não as vi. Vi antes slogans, frases cabalísticas e pouco mais, aliás, isto não é apanágio do PS nem do Sócrates, é um mal que graça em várias aldeias políticas, umas mais que as outras. Gostaria que se debatessem ideias, soluções, projectos e respostas para os problemas. Ao contrário procura-se explorar a imagem de um e de outro. Como já referi, é necessário mudar toda uma classe de políticos e forma de estar na política nacional, nos vários quadrantes políticos.

terça-feira, outubro 05, 2004

O Bom Reitor

As declarações do Reitor da Universidade Católica acerca dos antros de perdição e pecado que proliferam, quais sereias que arrebanham marinheiros à deriva, pela noite Lisboeta, inspirou-me para engendrar um plano, infalível é claro, que vai solucionar o problema desses milhares de jovens que mergulham verticalmente no vício. Proponho a criação de confessionários móveis a serem colocados junto a tais antros de pecado. Desta forma, o eterno costume, sempre a preservar, de ir às putas ao sábado e à missa ao Domingo poderá ser mantido livre de perigos pecaminosos pelos jovens da Cidade de Lisboa.
Poderam pensar que isto é uma brincadeira, e é mas não se esqueçam quem começou primeiro foi o Reitor.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Pastelaria

Só me apeteçe ler e se pudesse dizer isto e mais nada.


Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante - ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora!
– rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Mário Cesariny

A quinta das celebridades

Há na vida pequenas subtilezas que conseguem, inadvertidamente, mover montanhas. Recordo-me de ver televisão num fim-de-semana constantemente interrompido por directos ao Congresso do PSD. Este fim-de-semana aconteceu algo parecido, ou seja, houve directos a interromper a emissão. Em directo da Quinta onde vão introduzir no seu meio natural novas espécies que se pensavam quase extintas. Com este esforço, animais como o Avelino Ferreira Torres, serão introduzidos no meio natural e daí talvez possam prosperar novamente ou ainda mais do que já prosperam.
Há um lado positivo no programa de reintrodução de espécies ameaçadas no meio natural, a Quinta das Celebridades, que tem a ver com o devolver ao seu meio azeiteiro e tosco, espécies que tinham vindo a ser retiradas do mesmo e mantidas em cativeiro em zoos cor-de-rosa particulares dos quais o Zoo Caras se destaca. Este programa televisivo tem dois condões:
Primeiro: Permite a devolução ao esterco, seu meio natural, as espécies que lá prosperavam antigamente.
Segundo: dá um préstimo a essas espécies ao darem-lhes uma enxada para a mão e assim serem úteis por mais que não seja por 1 minuto nas vidas fúteis destes. Bem hajam produtores deste programa!

domingo, outubro 03, 2004

Vais partir naquela estrada....

Tive uma sensação dejá vu no outro dia. Quando tomava café não pude evitar que uma conversa alheia invadisse o meu espaço e me tenha capturado a atenção por alguns minutos. Esta conversa apoderou-se de mim e trouxe-me de volta a tempos mais recuados, uma sensação dejá vu trepou por entre a conversa. Uma mãe, desanimada, confessava para a sua amiga os amargos e dissabores que o estado actual do país lhe causou. Seu filho, referia ela, vai para a Bélgica trabalhar pois por cá não há futuro. O presente é pautado pelo desemprego, interrompido aqui e ali por um ou outro contrato a prazo, a perspectiva não é saudável. No entanto, não foi este o trigger para a sensação dejá vu, mas sim, o discurso, a expressão no rosto de uma mãe que vê, resignadamente, a partida do seu filho para um país distante como a alternativa única, irreversível. Lembro-me na aldeia da minha mãe as conversas, as mesmas que ouvi no outro dia e que pensava que não ouvisse mais, acerca do desalento dos jovens para com um país, o nosso, que não lhes oferece qualquer perspectiva de futuro. As conversas dos anos oitenta estavam carregadas por demais evidências que, apesar de tudo, faziam sentido na altura, confesso que não esperava que voltassem hoje, anos mais tarde num país que se desenvolveu, não o suficiente como se pode ver com as conversas e os argumentos que teimam a persistir, mas que afinal sempre dá actualmente mais condições do que na altura.
Do outro lado parece sempre ser mais bonito e risonho do que cá deste lado. A emigração de hoje é diferente da de anos mais recuados. Emigra-se na perspectiva de viver num país que proporcione estabilidade em detrimento de qualquer tipo de sonho materialista consumado com uma vida que lhes ofereça um automóvel enorme e potente e uma casa com imensas divisões. Procura-se um país com assistência social eficaz, um sistema de saúde eficiente e gratuito. O que vejo hoje em Portugal é o destruir de um sistema de protecção social que estava a crescer e a ser melhorado, actualmente, o amanhã vê-se quando se chegar lá, se é que lá chegamos, vive-se numa lógica da ausência de perda, tudo vale para sobreviver, o que importa não são os que perecem da luta constante e diária mas os que ficam para lutar mais um dia.
Fala-se muito acerca das alternativas governativas, se o melhor será a Esquerda Soufflé de Sócrates ou a esquerda clássica de Manuel Alegre mas o que importa fundamentalmente é mudar as pessoas. É imperativo que toda uma classe de políticos portugueses, que prosperaram após o 25 de Abril, saíam e dêem lugar a uma nova geração de políticos com uma forma de estar na vida completamente diferente. Portugal de hoje não é o de 25 de Abril de 1974, é irreversível.