As afirmações do ministro do comércio chinês acusando a União Europeia de proteccionismo excessivo foram, a meu ver, no mÃnimo infelizes. Sabendo de antemão que, os productos chineses que inundam o mercado europeu são, na sua maioria, contando com algumas excepções por muito raras que sejam, produzidos por intermédio de fábricas que empregam milhares de trabalhadores a auferirem um salário miserável e sob um regime esclavagista, dizer-se que a Europa está a ser protecionista é um insulto à inteligência de qualquer um. Nisto, o que é protecionismo, o que é exploração? Também temos que ver que, o Ocidente, nesta matéria, não é isento de culpas por via da sua doutrina economicista que prevê a deslocalização das fábricas europeias para paÃses onde os salários são escravatura e as condições de trabalho sub-humanas. Nesta conformidade tenho que referir que, a bem da Europa, os consumidores europeus não deverão deixar de adquirir produtos chineses, apenas terão que fazer a devida ressalva para os produtos manufacturados sob a exploração esclavagista de um salário miserável. Nisto, terá que haver um movimento de comércio justo que aplique rótulos aos produtos que sejam manufacturados observando os direitos humanos consagrados pela Declaração Universal do Direito dos Homens, se possÃvel.
A lógica da deslocalização das empresas para paÃses sub-desenvolvidos devido aos baixos salários aplicados nesses paÃses parte do pressuposto que, nos mercados ocidentais, a população ocidental tenha dinheiro para consumir e, sem emprego, essa tarefa será muito difÃcil. Entretanto, vamos alimentando alguns barões do aparelho de Estado que vão ganhando milhões de dólares à conta do sonho americano dos trabalhadores que estes exploram.
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