segunda-feira, maio 09, 2005

Assim é que é falar

Finalmente alguém com a frontalidade e o bom senso necessário para dizer aquilo que à muito tempo já devia ter sido dito e, agora, é necessário executar. A Despenalização do consumo de drogas é, inevitavelmente, a solução para problemas anexos à toxicodependência mas, sejamos realistas, não é a solução final para a toxicodependência essa é, pura e simplesmente, não começar com o consumo de drogas duras. Para os mais puristas, o consumo de estupefacientes deverá ser considerado um crime, no entanto, as condições necessárias para a queda vertiginosa no vício serão no mínimo cúmplices num crime que destrói a vida de muitos consumidores e suas famílias. Esta ideia foi proferida por José Goulão, o actual Director do Instituto de Prevenção à Toxicodepência.
A continuação da penalização das drogas é, quanto a mim, continuar a manter a cabeça debaixo da areia qual avestruz. O problema de base está nos factores que indiciaram a entrada de muitos num mundo negro da toxicodependência, ou seja, a exclusão social, famílias disfuncionais entre outros problemas. No entanto, saliento mais uma vez a lucidez do Sr. João Goulão quando disse, em entrevista à SIC, que o combate deverá ser feito aos factores que reprimem a felicidade dos toxicodepentes e que os fazem procurar algo, a droga, que simule essa sensação de felicidade. Não sou adepto da generalização do consumo de drogas mas, como o álcool, as drogas leves podem ser utilizadas socialmente sem que isso traga problemas de maior. As drogas mais duras, no espectro da despenalização do consumo, tem a vantagem de se conseguir monitorizar o consumo e os consumidores e acabar com o negócio ilícito de drogas com as consequências nefastas que isso traz.

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