quarta-feira, janeiro 04, 2006

Tugalândia

Cada vez mais tenho a convicção que é necessário reciclar muitas das mentalidades e formas de estar na vida de todos nós Portugueses. Portugal sempre foi um país em que a “elite� pouco produziu de si própria e muito copiou de outros. De certa forma, essa foi a estratégia para continuar a dominar os ensejos modernistas do país utilizando sempre a expressão “ lá fora é que é bom�. Nos antípodas desta questão residem aqueles que, impregnados de um atavismo cego e crónico, procuraram sempre defender as tradições deste país. Ora vejamos, o Fado não é síntese musical da música produzida em Portugal, Lisboa, a capital, não é único nem privilegiável cartaz turístico de um país macrocéfalo, com laivos de Primeiro Mundo vivendo, fora dos cartazes turísticos, num limbo entre o primeiro e o terceiro mundo. Portugal não é, acima de tudo, como disse Filomena Mónica, um país com um povo feio porque era atarracada a estatura média do povo. É acima de tudo, um gigante adormecido, quer em estatura, quer em valia e desenvolvimento. A todos aqueles que dizem que querem ir embora ou que este país não dá mais e que está à beira do colapso, eu digo, têem razão sim senhor, ide ide embora, em terra de cegos quem tem olho é Rei!!!
Por fim, gostaria de salientar um aspecto importante, que tem a ver com muito do que tem vindo a ser dito acerca do povo Português. O povo português é trabalhador quando motivado, disciplinado quando motivado, criativo quando necessário e empreendedor. Apesar disto, temos que aguentar, até ver, com uma burguesia pouco instruída e preguiçosa, um empresariado que é constituído em 73% por indivíduos com a 4ª classe, e uma aristocracia indolente e tesa que nem um barrote.

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