terça-feira, janeiro 17, 2006

Dominus roviscum

Se há uma regra inabalável na vida do Português médio, essa regra é, sem dúvida, mais vale parecê-lo do que sê-lo. Desde à séculos que os Portugueses vivem sob a batuta do catolicismo obscuro imposto pelos muy sapientes governantes que nos taparam os olhos e conduziram-nos como carneiros para o matadouro durante séculos a fio. De facto, a memória curta dos Portugueses só pode ser explicada através dessa lógica lusocatólica que permite os sábados no bordel e os domingos na missa. De alguma forma cada qual vive a sua vida prevaricando e invejando o próximo durante a semana com a reserva moral de que no Domingo, final derradeiro da semana, o perdão estava aí com uns balbuciantes exercícios de lábios e uns bons pares de joelhos postrados na lage fria. Neste cenário, aparece o Sr. Silva como o senhor prior numa paróquia conhecida pela devoção das suas gentes na santa cartolina, a que a pariu, e pelas suas putas, que as há e muitas por sinal. O Sr. Silva, com o seu asepcto austéro de quem comeu, bolo-rei, e não gostou, assume-se como a alternativa viável para continuar a parecêr-lo, antes demais do que sê-lo, não fosse a lógica falhar. Claro está que, esta falácia lógica do Sr. Silva entre o sê-lo e o parecê-lo não é entendível pelos paroquianos desta enorme e pia freguesia que é Portugal, é sim manobra dos senhores das mercearias que sufocam os paroquianos. Para quê tanta chatice em pensar ou recordar o que o Sr. Silva fez de mal a este país, o que importa é que, no sábado há bola, madame blanche e paróla. No domingo afaga esses olhos remelosos de pecado e álcool por digerir ainda e vai à missa botar o boto no Sr. Silva porque o que se quer é putas ao sábado e as irmãs ao Domingo.

Será isto um retrato muito desfazado do que poderá vir a suceder no próximo dia 22??? Espero bem que não, no entanto, Domingo é dia de missa.

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