quinta-feira, junho 30, 2005

Esperem lá

De cada vez que vemos nos noticiários uma qualquer Instituição da luta contra uma doença qualquer, estes, dizem sempre que existem um milhão ou meio milhão de afectados/infectados em Portugal. Sem disprimor pelo trabalho que essas Instituições prestam a quem padece dessas maleitas todas que eles indicam, não deixo de estranhar os números. Vendo bem a questão, se somarmos os milhões de todos que indicam como afectados/infectados pelas várias maleitas, Portugal, tendo 10 milhões de habitantes, facilmente chegariamos aos seguintes raciocínios:

  • Todos os Portugeses são doentes
  • Cada português padece de cancro, lupus, reumático, doenças cardio-vasculares, unha encravada, mau olhado, febre tífoide, diabetes, entre outras doenças, ao mesmo tempo!
  • Não há Portugueses saudáveis parece.

Volto a afirmar que o trabalho que estas Instituições prestam é de uma mais-valia notável mas, um milhão de cada vez, é um pouco exagerado creio eu.

quarta-feira, junho 29, 2005

E novidades?

Sem haver provas vindas ao lume pela comunicação social, creio eu que, na consciência de muitos existe a ideia que em Angola existe corrupção e que José Eduardo dos Santos é corrupto. Pois agora veio ao lume mais um par de luvas do Presidente da República Popular de Angola. Já não bastava a questão da ELF em que o presidente do Conselho de Administração da petrolífera Francesa demitiu-se quando foram descobertos os contratos de exploração do Petróleo de Cabinda que atribuiam 1 franco suiço por cada barril de petróleo extraído em cabinda para a conta pessoal de José Eduardo dos Santos na Suiça. Agora é o tráfico de armasda Ex-União Soviética para Angola.
Nunca desejei a morte de ninguém mas, quando Savimbi foi morto, causou-me uma sensação de alívio, ou seja, parte do problema estava resolvido. Agora falta resolver a outra parte do problema.

terça-feira, junho 28, 2005

Perdido mas não por muito tempo

Confesso que é difícil para mim perceber muito do que se passa actualmente no país e ao meu redor. Nas últimas semanas tenho sido um misto entre o Robot do Buck Rogers e o Papa-léguas de tanto trabalho que tenho tido. Em conversa com uma amiga minha, ela diz-me “� estás alheado das pessoas�� e eu fiquei a pensar nisso tudo. De facto, tenho estado alheio a muito do que se passa à minha volta ultimamente, o meu sentido crítico está muito fraco. Inclusivamente este blog tem sido um pouco negligenciado. Sinto muito a falta dos serões de discussões acerca de livros, pensamentos, política, gajas (ah pois!) e acima de tudo, do cenário burlesco que eu e um grande amigo meu criávamos ao improvisar conversas entre várias personagens, fictícias, do folclore nacional. Para mais, este afastamento, tem vindo a diminuir os meus parâmetros da paciência sobre muitas coisas e muita gente. Sou um tipo estranho de facto, mas quando perco o meu sentido de humor, aí sim é que me torno muito estranho e de vez em quando parece que vejo a Nossa Senhora em cima de uma azinheira vestida de cabedal preto e chicote. Preciso de férias está visto.

segunda-feira, junho 27, 2005

Orçamento de Estado

A tarefa de elaborar um orçamento de Estado é, por si, complicada e muito minuciosa. No entanto, é elaborado um orçamento que prevê o que se vai gastar e como, tendo em conta, o que é capatado em termos de receitas. Aqui é que está o busilís da questão, ou seja, num país como o nosso é que a fuga ao fisco é uma Intstituição e um modo de vida, prever receitas é muito complicado. Para ilustrar a dificuldade na captação dos impostos em Portugal deixo-vos este quadro com a bandeira nacional. Não quero todavia deixar de mencionar um dado importante. O problema oraçmental de Portugal tem dois factores importantes que influenciam o descontrolo total. A fuga aos impostos e a má utilização dos dinheiros públicos. A culpa não nasce orfã neste caso.


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O que se passa?

Será só o meu computador ou o Google e o Blogger andam marados? Ultimamente as letras aparecem com um tamanho descomunal.

sábado, junho 25, 2005

Gerações tipo

Um conselho de amigo, nunca se atrevam a comparar gerações. O caminho a percorrer ao fazer a comparação entre duas gerações é muito penoso e infrutífero, pois, como devem já saber, muitas vezes não há comparação possível. Qualquer das vias, olhamos sempre as diferentes gerações da nossa a que pertencemos e o desejo está lá. O desejo da comparação para reforço de pertença a uma ou outra geração é demasiado apelativo para sequer deixar de pensar acerca do assunto. Nunca tive muito a mania de ter aquele tipo de conversas no género “ no meu tempo é que era�, qualquer das vias, no meu tempo é que era porque foi meu, estive lá, percorri esse tempo com o entusiasmo de um miúdo que entra numa pastelaria com carta branca para comer o que quisesse. Actualmente, a geração mais jovem do que a minha, apesar de eu ser jovem, pelo menos até aos 90 anos se lá chegar, é diferente da minha como não podia deixar de ser, os tempos são outros. Uma tarde e uma cervejola na companhia de gente de várias gerações, entre as quais, malta da geração mais nova, permite encetar conversas produtivas, no entanto, aquela mania de começar ou acabar uma frase com a palavra “tipo�, acreditem, à trigésima vez que oiço aquilo passo-me para um estado de transe hipnótico e a palavra persegue-me. De resto, os comportamentos são iguais em tempos diferentes.

terça-feira, junho 21, 2005

And the winner is....

Num estudo realizado recentemente, os Portugueses, aparecem em primeiro lugar como o povo que mais se irrita com as situações do dia a dia seguidos imediatamente dos ingleses. Até parece que nós Portugueses abrimos o vidro do carro para insultar o condutor ou o transeunte que vai a atravessar-se no caminho ou na passadeira, se for o caso de um transeunte. Este relatório está publicado no Fennia.

segunda-feira, junho 20, 2005

Prova Oral

Quem já estudou, ou estuda, no ensino Superior, sabe o que é uma prova oral. Nestas ocasiões há sempre uns maduros(as) que nos presenteiam com umas respostas dignas de uma boa comédia familiar. Qualquer das vias, a brincar se dizem coisas sérias e as calinadas denotam duas coisas, deficiências na preparação dos alunos para o Ensino Superior e falta de preparação própria, vulgo cultura, dos alunos. Não é só o ensino que está mal, os alunos também estão mal pela falta de conhecimentos que estes deverão adquirir por eles próprios.

Eis as calinadas nas provas orais de Direito de várias faculdades:

  • Prova oral da cadeira de Direito Constitucional, uma universidade privada de Lisboa:- O que aconteceu no 25 de Abril foi o início do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Ã�lvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstâncias misteriosas no acidente de Camarate.
  • Prova oral de Direito Constitucional, numa universidade lisboeta:- O Presidente da República pode ir passar três meses de férias nas Caraíbas?- Não, porque ia ter muitos problemas com a obtenção do visto. Só se o presidente da Assembleia da República metesse uma cunha para ele conseguir o visto de permanência.
  • Universidade privada do Porto, curso de Direito:- Como é que são assegurados os trabalhos da Assembleia da República entre 15 de Julho e 15 de Outubro?- Quase não há trabalhos durante o Verão. Os únicos trabalhos que há da Assembleia, durante o Verão, são umas reuniões na casa do Dr. Mário Soares, no Vau. Mas é sempre difícil fazer as reuniões, porque a casa é muito pequenina e tantos políticos juntos provocam muitos problemas de segurança.
  • - Diga-me por favor o que é a Nato.- É a Organização do Tratado do Atlântico Norte.- E a OTAN?- (o examinado, depois de pensar demoradamente) Bem, aí a doutrina divide-se.
  • Faculdade de Direito de Lisboa. É procedimento habitual nas faculdades de Direito o professor terminar a exposição de casos práticos nas provas orais com a expressão "quid juris?" ("o que é de direito?"). Em anos consecutivos de prestação de provas orais com o mesmo professor, uma aluna respondia ao "quid juris" do examinador com um misterioso "obrigado". Ao 3º ano do curso, questionada, pelo cada vez mais estupefacto examinador, a aluna respondeu que julgava que a expressão em latim significava um amistoso "boa sorte".
  • Prova oral do 1º ano de Direito Constitucional, Faculdade de Direito de Lisboa.- Quais são os órgãos de soberania, segundo a nossa Constituição de 1986?- São o Presidente da República, o Governo, os Tribunais...aaaaah...aaaaaah...- Então a senhora não lê o Diário da República?- Exactamente, senhor professor, o Diário da República é o órgão que faltava!
  • Introdução ao Estudo do Direito, Faculdade de Direito de Coimbra, Junho. Primeira pergunta do exame.- Pegue no Código Civil e leia o artigo 32.- O Código Civil?- Sim, o Código Civil.- Bem, Sr. professor, isso é que ainda não tive oportunidade de comprar.

Táctica

O andebol, apesar de gostar de ver os jogos, não é o desporto do qual eu poderei dizer saiba as tácticas todas mas, a táctica da selecção de Andebol da República Checa, para mim que não percebo muito do assunto, pareceu-me pouco eficaz. Na noite anterior ao jogo entre Portugal e a República Checa, os jogadores da República Checa, alguns, estavam a treinar em plena festa de São João no Entroncamento. Consumiram imensos suplementos vitaminicos da SuperBock e exercitaram os bracinhos com o levantamento do copo de Imperial. Claro está que, por terem defrontado uma seleção Portuguesa forte e a jogar bem e também terem estado a enxarcar a vela na noite anterior, o resultado para eles não poderia ter sido pior. Aviso ao selecionador português, jogos da selecção só durante as festas de verão numa qualquer localidade portuguesa. Parabéns à Selecção Portuguesa de Andebol que conseguiu o apuramento para o Mundial da Suiça em 2006.

domingo, junho 19, 2005

Manif

Não posso deixa de achar, no mínimo, curioso o porquê de ter sido autorizado, uma manifestação de elementos que professam a xenofobia e a intolerância. Há um cidadão Português que está a ser acusado de homicídio de uma cidadã inglesa, sua namorada, por um crime hediondo na Inglaterra. Pegando nos pressupostos da manifestação de ontem no Martim Moniz, seria também plausível um manifestação em Londres contra a "insegurança"?
É duma falta de bom senso a autorização deste tipo de manifestação, com estes motivos, numa altura de crise e desemprego que, invariávelmente, faz recrudescer os sentimentos xenófobos. O que se pretende com a autorização deste tipo de manifestações? O exercício da democracia com o direito à manifestação? Falso argumento quando, quem promove a manifestação, não é nem pretende a democracia, assim, o que poderia ser considerado como um exercício de democracia foi, e é, um exercício anti-democrático.

quinta-feira, junho 16, 2005

Perplexidades

Há duas coisas que me deixam completamente perplexo. A primeira é a sinalização nas estradas, refiro-me é claro às placas de indicação das cidades e vilas, pois, em Portugal, a sinalização é colocada para quem já conhece o caminhos, porque, para quem não conhece o caminho como eu, perde-se invariávelmente. A segunda coisa que me deixa perplexo é a relação que certas pessoas têm com os seus animais de estimação, nomeadamente, com os seus cães. Para muitos, especialmente os homens, o seu cão é uma extensão do seu orgulho taberneiro fazendo crer que, os seus cães, são muitos maus mas que eles controlam a "fera". Freud diria que este fenómeno poderia ser entendido como uma projecção, ou seja, o cão é uma projecção de força e virilidade que os donos não têm , ou pensam que não têm, e, através dos seus cães, pensam eles, as pessoas vêem-nos como pessoas muito poderosas. Eu tenho um cão, um Doberman castanho de nome "CHE". O raio do cão é grande e mete medo, o seu aspecto, porque de resto o cão é uma doçura, mas por algum motivo, tenho que gramar com pessoas que me abordam na rua quando estou a passear o Che e me perguntam se o meu cão venceria o deles numa luta. Já respondi a um indivíduo que o meu cão, certamente, venceria-o numa luta, apesar de desigual para o individuo em causa, de inteligência e bom senso. Desnecessário será dizer que o perdedor desta luta seria o dono e não o cão.

Algo de muito certo

O carácter de uma pessoa revela-se por vezes da forma mais subtil e sem grandes enredos. A propósito do falecimento de �lvaro Cunhal, o General Ramalho Eanes, disse acerca de �lvaro Cunhal que este era uma pessoa séria, algo muito raro por entre os seus compatriotas, e que sempre disse o que tinha que dizer sem rodeios e mantinha a sua palavra. Isto, meus senhores e minhas senhoras, é carácter de quem é pronunciado e de quem pronuncia apesar de, o General Ramalho Eanes, ter ideiais políticos muito diferentes de �lvaro Cunhal. Os antípodas da questão estão nas pessoas que, por muitas vezes, disseram raios e coriscos de �lvaro Cunhal, mas que, na altura do seu funeral, não deixarem de aproveitar a oportunidade para aparecer no boneco, vulgo televisão, e verter as suas lágrimas lacostes ( sim porque esta gente é fina a este ponto).

segunda-feira, junho 13, 2005

Alvaro Cunhal

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Para alguns amado, para outros odiado, o facto é que faleceu hoje uma das figuras mais marcantes da História Política Portuguesa. �lvaro Cunhal foi até ao dia em que a morte o levou, um lutador e um homem de ideiais. Não foi só a política que �lvaro Cunhal nos deixou, com ele, a escrita e a pintura marcaram também a sua vida.

domingo, junho 12, 2005

Festas de São João

Vão começar mais uma vez as festas de São João na minha terriola. Para quem não conhece as festas, eu direi que são diferentes das Festas de São João no Porto pois, por cá, não há martelinhos. Por cá é mesmo sardinhame, chouriça e enxarcar a vela.
Adoro as festas de São João no Entroncamento apesar de, o cartaz, ser sempre feito para as massas e a qualidade muito relativa tendo como referência o meu gosto pessoal por música. No entanto, o cartaz tolera-se devido aos inúmeros atractivos que esta festa tem. Milhares de pessoas nas ruas acotovelam-se umas contra as outras para chegarem o mais próximo possível do palco e dos locais de melhor visibilidade. As senhoritas casadas passeiam-se por entre as gentes ostentando os seus maridos, o mais bem sucedidos possível, para causar invejas às demais. Ao mesmo tempo chegam as divorciadas, jovens senhoritas que casaram cedo e que mais tarde aperceberam-se que poderiam ter uma vida própria, e que vida. No meio de tudo isto, a restante maralha de gente que para lá vai enxarcar a vela como de costume, e no final da noite, os populares embrenham-se em jogos populares de pugilato à boa maneira Ribatejana. Dá-me impressão que a malta adora andar ao soco, e para quem é apreciador de bom pugilato, nada melhor do que sentar-se nas barraquinhas e apreciar o espectáculo. Algures no avanço da noite há sempre aquele cromo, ou vários, que vai dançar em frente ao palco e assim abrilhantar a noite. De resto, é uma ocasião para pôr em dia as novidades de quem já saíu da santa terrinha e curtir noite fora.
Não poderia deixar de lembrar como a maralha se dispõe no terreno. � frente, o pessoal mais velho para apreciar o espectáculo de variedades, no meio a malta de meia idade a observar-se mutuamente e atrás do palco a malta mais nova. Atrás do palco a malta mais nova refugia-se dos olhares dos pais e dos vizinhos e ali fica sentada fumar o seu cigarrito e a ver se consegue alguma coisa com aquela ou aquele lá do liceu. É hilariante ver como as pessoas se dispõem no terreno consuante a idade e a intenção. Eu, por lá fico no meio daquilo tudo a apreciar o espectáculo, não o do palco, mas sim, o da plateia.

quinta-feira, junho 09, 2005

Praia

Alguém dá-me boleia até uma praia qualquer ?! Bom Fim de semana prolongado e até segunda-feira.

quarta-feira, junho 08, 2005

Balanço

Fazendo um balanço de frente para trás e de trás para a frente, o Raminhos, proporcionou-me a possibilidade de escrever, e acima de tudo, pensar acerca de certas e determinadas coisas, de maior ou menor preferência para os leitores, mas de uma forma mais estruturada. Nunca tive muito jeito para escrever, aliás, como podem verificar, tenho algumas dificuldades na escrita mas, como nunca foi o meu desejo ser um escritor de renome e, a questão de maior ou menor aceitação devido ao problema da escrita nunca me afectou muito, o Raminhos foi sendo escrito e, num ponto de vista pessoal, congratulo-me com o que consegui atingir em termos pessoais. Nunca se pára de evoluir e o acto de escrever consegue despertar em nós uma série de sensações e características intrínsecas que de outra forma não seria possível. Quem me conhece pessoalmente sabe que eu não sou uma pessoa muito convencional, aliás, muito pelo contrário, daí, o Raminhos ser também algo um pouco estranho pelos temas que eu escolho e pela forma como este é actualizado. Tenho uma vida profissional muito agitada que me proporciona muito pouco tempo para actualizar o Raminhos, no entanto, o Raminhos para mim foi e é, um verdadeiro escape para o stress diário. Quando escrevo um post para o Raminhos, faço-o sempre quando preciso de me concentrar no trabalho, é estranho mas esta é a realidade. Tenho que tomar várias decisões sempre sozinho, e quando as tenho que tomar tento escrever sempre algo para o raminhos pois, enquanto escrevo, o meu cérebro está hiperactivo e dessa forma a ideias flúem com mais facilidade e rapidez.
O Raminhos proporcionou-me o contacto com pessoas das mais diversas origens e personalidades, o que, para mim, é extraordinário. Também apanhei os meus cromos difíceis ao ponto de ter que banir alguns deles mas sempre consegui lidar com isso da mesma forma que lido com tudo na minha vida, frontalidade sempre. De resto agradeço a quem me tem vindo a aturar e também aos contributos que fazem através dos comentários e para o ano cá estaremos a fazer mais um balanço de frente para trás e de trás para a frente.

terça-feira, junho 07, 2005

Os sete sapatos sujos

Devo confessar que, à primeira vista, isto poderá parecer um daqueles mailes com a moral cor de rosa a que tanto nos habituaram os nossos amigos ao entupitrem as caixas de mailes com os referidos mailes. Faço, mais uma vez, uma excepção a este mail pelo facto de o autor ter sido, nem mais, nem menos, Mia Couto. Palavras de sabedoria de Mia Couto são sempre benvindas.

O escritor moçambicano, Mia Couto, também licenciado em Medicina e Biologia, fez uma oração de sapiência, a 7 de Março, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique. Excertos desta oração foram publicados no Courrier Internacional, nº. 0, de 2 de Abril.Destacamos, Os Sete Sapatos Sujos:
"Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos de deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:
- Primeiro Sapato - A ideia de que os culpados são sempre os outros.
- Segundo Sapato - A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.
- Terceiro Sapato - O preconceito de que quem critica é um inimigo.
- Quarto Sapato - A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.
- Quinto Sapato - A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.
- Sexto Sapato - A passividade perante a injustiça.
- Sétimo Sapato - A ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros.

"MIA COUTO"

segunda-feira, junho 06, 2005

Aniversário

Eu não existo creio eu cada vez mais. Tal como acontece quase todos os anos com o meu aniversário ( atenção que não neste mês), esqueci-me que, no passado dia 07 de Junho de 2005, o Raminhos fez um ano de actividade. Já agora os parabéns ao Bolas de berlim e à PollieJean pelo aniversário (um anito) de actividade.

domingo, junho 05, 2005

Vale a pena ler

Vale a pena ler este post acerca da produtividade dos Portugueses. A este post amanhã irei acrescentar algumas ideias e lanço o desafio a todos no sentido de darem ideias acerca do porquê da reduzida produtividade dos Portugueses em Portugal.

Terapia regressiva

Sábado à noite ou como alguns chamam saturday night fever, o menino decidiu dar um contributo à ecologia e saíu de casa a pé. O destino era incerto e quando dei por mim, estava num bar apenhado com o Jet Set do meu burgo, aliás, de jet tem pouco, de set nem vê-lo. O facto é que eu andei na escola juntamente com muitos daqueles jovens patrocinados pela Lacoste e outras marcas de roupa que os fazem saír à rua todos vestidos com a mesma roupa ( última vez que vi isso foi no infantário com a história dos bibes mas enfim). Como não frequento esses locais, aliás, fujo deles, pensei que pudesse entrar no bar e desfrutar uma noite no anonimato aparente de quem já saíu, um desertor ou foragido, e que ninguém se atreveria a reconhecer. Erro meu, má fortuna, todos aqueles jovens reconheceram-me e gradualmente foram dizendo o seu olázinho e o tradicional tudo bem. Para me adaptar às circunstâncias tive que recorrer à imaginação e divertir-me com aquela malta, ou melhor, às custas daquela malta. Sucessivamente iam perguntando o que era feito de mim, pelo que, fui dando umas respostas que me divertiram imenso pela reacção das pessoas:
Então o que é feito de ti? Sabes como é Nova Iorque, Tóquio de um lado para o outro é sempre a andar... pá.
Então o que é feito de ti? Emigrei para o Tibete depois de me ter convertido ao Budismo daí eu não aparecer muitas vezes....pá
Então o que é feito de ti? Sou mercenário no Burkina Faso e agora vou concorrer à presidência do país onde já fizeram de mim um Deus.
Então o que é feito de ti? Tenho andado fugido.......de ti ehehehehe

Como que se essas pessoas realmente estivessem preocupadas com o que era feito de mim, eu, entrei no jogo deles mas, em vez deles, recorri à ironia, o meu brinquedo favorito nestas situações.
De resto, apreciei alguns cisnes que por lá andavam. De patinhas feias no liceu, agora, autênticos cisnes, e que cisnes.

sexta-feira, junho 03, 2005

Referendo

As reacções ao Non francês e ao Nee holandês têm muito que se lhe diga. Se alguns perspectivam o fim da União europeia, um exagero no meu ponto de vista, outros equacionam o que é inevitável. A revisão do texto da Constituição é urgente para aprovação de uma Constituição Europeia e os principais derrotados são os líderes políticos da Alemanha, França e Itália, os cozinheiros desta constituição Europeia. Volto a afirmar que o resultado dos referendos Holandês e francês são um Não a uma classe política em vez do tão propagado Não a uma Constituição europeia. A visão mais lúcida acerca do referendo Francês foi proferida pelo Embaixador Norte-Americano em França que disse, claramente, que, nessa noite, houve uma derrota de uma classe política europeia.
Eis um pequeno excerto de um artigo publicado hoje no NewYork Times que diz muito acerca dos resultados dos referendos.

There is a disaffection, perhaps even a rebellion, against the political elites in France, Germany and Italy.
The governing parties of the left and the right are saying the same things to their people: that painful, free-market economic reforms are the only path toward rejuvenation, more jobs, better futures. And the people, who have come to equate the idea of an expanded Europe with a challenge to cradle-to-grave social protections, are giving the same answer: We don't believe you.

quarta-feira, junho 01, 2005

LIVEAID

Irá coincidir com a cimeira dos G-8, a segunda edição do concerto que reúne vários artistas da cena musical em torno de um objectivo comum. O auxílio a crianças africanas vítimas das guerras civis e da SIDA está por base do objectivo que o concerto LIVEAID pretende atingir ao fazer coincidir a data da realização do mesmo com a reunião dos G-8. Bob Geldolf está por detrás desta organização que visa essencialmente abrir as mentes das pessoas para o flagelo que persistem em continuar em �frica 20 anos depois do primeiro LIVEAID. As críticas não se fizeram esperar e as principais acusações foram a de uma tentativa de manipulação deste evento para atingir dividendos políticos devido a uma afirmação de Geldof: …"What we do in the next five weeks is seriously, properly, historically, politically important.". Esta crítica foi proferida pelos media ingleses que, por incrível que pareça, estão mais preocupados com a dicotomia Esquerda/Direita do que com um concerto que pretende apenas auxiliar e alertar as pessoas nos vários locais onde se irá realizar o LIVEAID para esta situação calamitosa que se vive em �frica.
Sinceramente, estou farto desta classe jornalística que procura o escândalo em vez da informação objectiva. O concerto em causa irá unir, creio eu, pessoas de vários quadrantes políticos independentemente de serem esquerda ou direita, aliás, não é isso que está em causa. O que está em causa é o modelo de fazer política dos vários políticos internacionais, esquerda ou direita, que fomentam este estar de coisas. Se me perguntam se um conjunto de artistas musicais irão resolver os problemas que se sentem em �frica, claro está que não mas ajuda. Essencialmente pela pressão que será feita aos G-8 pela quantidade de pessoas que irão assistir ao concerto. É de louvar e a população ocidental, em especial os jovens, estão fartos desta política que, ao contrário do que acontecia 20 anos atrás com o primeiro concerto, está a fazer sentir na pele todos os malefícios deste estar de coisas.