Hoje é um dos dias mais tristes da minha vida até agora. O meu fiél amigo Che morreu. Refiro-me ao meu cão com 12 anos a caminho dos 13 que após um periodo longo e doloroso devido às artroses que lhe provocavam dores e pelo facto dos analgésicos já lhe provocarem efeitos secundários, teve que ser abatido. Não imaginam a dor porque, apesar de se tratar de um cão, é um amigo extraordinário. Com o Che tive dos momentos mais felizes da minha vida e custa, por vezes, perceber como a morte de um animal nos afecta desta maneira mas o facto é que os animais entram de mansinho nos nossos corações e ficam lá para sempre. O Che era um cão extraordinário em todos os aspectos, pela sua doçura, pela sua matreirice e pelo seu apetite voraz por tudo o que fosse um petisco mesmo que fosse um rebuçado ou até mesmo uma pastilha elástica já mascada e pela sua companhia, nunca nos deixava sempre fiél sempre presente parecia que percebia tudo só lhe faltava falar. Veio para minha casa em virtude da doença do meu tio, seu dono, e que o iria vitimar um ano mais tarde. Com o Che veio um catalizador da dor que era o facto de sabermos o quanto o meu tio gostava do cão e quanta questão fazia em que cuidassemos dele. O meu tio João disse-nos quando nos deixou o cão em casa: " Vão ver o Che é um amigo extraordinário, vai entrar de mansinho nos vossos corações." Bendito, benfeito foi o que aconteceu. Quando o meu tio faleceu o Che foi como que um catalizador para a dor porque este cão, como todos os cães, incorpou a personalidade do seu dono e dessa forma parecia que o meu tio tinha , de alguma forma, ficado entre nós. Agora que o Che morreu, morreu o que restava do meu tio João e toda a família sentiu isso, os meus pais, a minha irmã, os meus tios e primos. Foi enterrado na Bacorinha, a vinha dos meus avós no sopé da Serra D´Aire.
A vida continua e a do Che terminou aqui mas o seu espírito voltou para onde se sentia bem, ao lado seu dono, o meu tio João. Até sempre Che! Vou ter muitas saudades tuas.
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