segunda-feira, novembro 02, 2009
A hora do Lobo
Com pouco tempo e por vezes pachorra para escrever, dedico este post a quem de facto merece um espaço em aberto na minha agenda. Falo de António Sérgio, locutor de rádio falecido ontem de madrugada, conhecido por programas de rádio como o Som da frente, Hora do Lobo e Lança Chamas entre outros,para muitos um nome que ficará para sempre gravado na memória e para outros um desconhecido. Escrevo para quem o conheceu e para quem não teve a felicidade de conhecer o seu trabalho, fazendo desde já aqui a devida referência para o lugar reservado que António Sérgio tem de certeza no Olimpo dos Deuses da música. Não escreveu uma única música, não cantava, não tocava mas foi quem deu a Portugal um conhecimento mais profundo da música e que, através dos programas de rádio, deu a conhecer muitas bandas até então desconhecidas mas que vieram posteriormente a influenciar bandas nacionais como foi o caso de Xutos e Pontapés que os lançou. Quando era novito, puto chavaleco vá, tinha como ferramentas o TopFive e o Europe Countdown como programas de onde sorvia a música que mal saciava o meu apetite por ela, circulavam cassetes gravadas com excertos dos programas de rádio do António Sérgio, com músicas interrompidas por gingles e a voz rouca e profunda do Lobo, António Sérgio. Foi António Sérgio que anunciou no seu programa uma nova música de uns miúdos de Dublin chamados U2 que, segundo ele, iriam dar muito que falar no panorama internacional da música, que eu tive o privilégio de conhecer algo mais sobre música e assim saciar o meu apetite voraz para a música. Não era da minha família nem nunca o conheci pessoalmente mas foi uma das pessoas que contribuiu para o meu desenvolvimento como pessoa ao permitir que eu tivesse conhecimento de bandas como Sex Pistols, jesus and the mary chain entre outros, e isso eu não esquecerei nunca mais. Numa altura em que não havia net nem muito dinheiro para comprar discos, António Sérgio ajudou-me a ser o que sou hoje em dia em termos musicais, um ouvinte com mais de 100 gigas de música e que ainda hoje deixo um disco novo a tocar no aparelho para deixar que a música invadir-me como o uivo do Lobo. A António Sérgio muito obrigado.
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