segunda-feira, setembro 24, 2007

Apetece perguntar

Não tem piada nenhuma este cenário politico actual. O governo PS assume-se como um mal menor sem rival por muito mau que seja porque, as alternativas, deixam ainda mais a desejar e assim não dá para criticar como eu gosto, ou melhor, para destilar veneno como eu gosto. Digo isto porque possuo uma reserva moral que é o facto de não ver a política como uma espécie de extensão passional do futebol. Não tenho que defender a minha camisola política como o faço com o meu Sporting, mea culpa. Os discursos são vagos e desprendidos sem roçar sequer à realidade do votante médio que é aquele que dá trabalho a todos aqueles que dizem que estão a servir o país através da política com desvaneios teóricos e prácticas concretas que servem tudo menos o país. Que país se referem eles? Por vezes tenho a sensação que vivemos num admirável mundo novo onde há pessoas predestinadas a determinados serviços e, essas pessoas, têem a visão necessária e o interesse apenas para cumprir os seus destinos preconcebidos. Como é que vem alguém comunicação social dizer que é uma fatalidade inevitável termos mais mobilidade no emprego quando, em Portugal, temos uma protecção social diminuta e salários insultuosos em comparação com os restantes países da EU? Será desenvolvimento termos Bancos que pagam aos funcionários portugueses menos de metade do que pagam aos seus congéneres espanhóis fazendo exactamente o mesmo trabalho? Será possível que as empresas multinacionais trabalhem cá da mesma forma, quase, que as empresas nacionais no que respeita às políticas de remuneração e gestão de pessoal reduzindo pessoas à condição de máquinas? Já alguém pensou sequer se os processos de recrutamento e selecção de pessoal respeitam a Constituição Portuguesa os direitos lá consagrados a todos os cidadãos? Há alguma objectividade nos processos de recrutamento? Será que procuramos um perfil de candidatos tirado a descalque do R2D2? Será boa ideia enviar uma foto para assegurar aos potenciais selecionadores que não somos pretos? O que é feito dos inúmeros técnicos superiores altamente especializados? Onde estão a trabalhar?

Tudo gira em torno de pressupostos teóricos lavrados por teóricos que procuram o ímpeto do Homem tipo do Neoliberalismo, o Especialista!!! O Individuo que dá certezas onde não se pensaria ter!! Dêem uma capa e este homem e uns collants por baixo das cuecas e teremos a salvação no Super-Homem Neoliberal!!! Xanâm!!! Caminhamos para uma sociedade de informação que se informa mais acerca dos seus cidadãos do que informa os seus cidadáos sobre ela mesma. É como a figura do velho pai que puxa do cinto, bate mas é para o nosso bem, umas gotinhas de sangue no soalho e umas nódoas negras nunca fizeram mal a ninguém. Vivemos com a cabeça enfiada na areia completamente amorfos. Não vejo as gerações mais novas a lutarem por aquilo que acham mais correcto para o seu futuro, e será que teêm razão para estarem satisfeitos com a educação que têem e a sociedade que os vais “acolher”. Percorri os subúrbios de lIsboa e vi que havia muitos apoiantes de Dolce e Ganbana e da Nike também. Quantos votos terão nas próximas eleições?

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