Ganhei o hábito de nivelar as pessoas nos formalismos habituais. A todos os rapazes chamo-os de João e às raparigas chamo-as de Joanas. Não é desprezo nem preguiça em decorar os nomes mas sim algo que é óbvio, somos todos uns joões ou antónios ou qualquer outra coisa, uma coisa disforme aos olhos do poder e do Estado e por isso somos todos algo do mesmo, algo da mesma massa disforme no estilo de gnus no Masai Mara que todos os anos migram e atravessam sempre o mesmo rio infestado de crocodilos feitos tonhos. Gosto de chamar os bois pelos nomes como diz o ditado e, eu próprio, sou um João. Até que façamos algo para ganharmos a individualidade que é o culminar de uma luta que visa a liberdade, seremos todos uns Joões e Joanas que para aqui andamos.
Entretanto, há joões e joões senão vejam este joão !!!
segunda-feira, junho 25, 2007
segunda-feira, junho 18, 2007
Voltei
Depois de uns dias que tirei para descansar voltei para a minha rotina diária do trabalho e das notícias absurdas com que este país nos presenteia todos os dias. Todavia, mesmo a notícia de um Ministro como candidato à Câmara Municipal de Lisboa que suscitou a vontade inata de destilar veneno isto porque, as férias foram tão docinhas que perdi a vontade de destilar o veneno corrosivo que me é habitual.
quarta-feira, junho 06, 2007
Fui
Nos próximos dias vou passar uns dias de férias, ou melhor, vou de vacances que é muito menos pinderico, a um sítio calmo com excelente companhia. Devo confessar que estas férias estão para mim como as vésperas das excursões ou colónias de férias estavam quando eu era miúdo, um mundo novo de descobertas e aventuras. Na minha cabeça mil e uma espectativas e o leme de saber que se revestem de muita importância porque, estas férias, são de descoberta minha e de outra pessoa. Levo a espectativa na adrenalina que a queda num precipício nos traz sem que queiramos pensar no fundo até porque, este, não existe pura e simplesmente mas mesmo assim deixamo-nos cair porque não vamos sozinhos e a queda, essa, só tem tempero ser for com mais alguém e perigosa. Hoka Hey!!!*
* Tradução livre de um grito de guerra dos índios Cheyenne que quer dizer, hoje é um bom dia para morrer.
* Tradução livre de um grito de guerra dos índios Cheyenne que quer dizer, hoje é um bom dia para morrer.
domingo, junho 03, 2007
Esta semana, ou nos próximos dias, deixo-vos com isto:
Se houvesse degraus na terra...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder
Vem bem a propósito de uma coisa que eu cá sei ;)
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