São, pelo menos, 70 milhões as razões que levam a inauguração da nova Fábrica Paroquial de Fátima ser um ultraje. A lógica é simples, dar melhores condições a quem lá vai dar dinheiro à ICAR, numa Catedral que alberga quase toda a clientela debaixo de telha. Até este momento alguns poderão achar este texto ofensivo e inusitado mas, o custo dessa infraestrutura, são 70 milhões de textos ofensivos e inusitados. Num mundo em crise, com os seus próprios crentes em sofrimento, dar 70 milhões de euros é, no mínimo, inoportuno e humilhante a todos aqueles que entretanto morreram de fome. Como se justifica que uma Instituição cujas as acções de "solidariedade" são, todas elas, financiadas por peditórios feitos nas fábricas paroquiais, ou seja, pelos povo, gaste 70 milhões de euros numa Catedral quando para matar a fome ao próximo se socorre do argumento que não tem dinheiro? Afinal há dinheiro e este serve apenas para engrossar os bolsos do Clero temos agora a certeza. Depois há um aspecto que eu acho fundamental que toda a ostentação, toda a soberba que Fátima representa violando os princípios mais básicos do Antigo Testamento. Se Jesus fosse vivo nos tempos de hoje e quisesse expulsar os vendilhões do templo como faria? Bulldozers? Uma bomba Nuclear? Enfim, estou chocado com este episódio e com a cobertura que este "evento" teve na RTP porque se é dever da RTP informar os seus contribuintes, esta, no dia de hoje não passou de um folhetim informativo de Paróquia ispsis verbis. Repudio cada vez mais a ICAR.
Entretanto, como se de uma nova Catedral desta feita que matará a fome a mujitos, o Governo Espanhol decidiu, e bem, reconhecer aos trabalhadores Independentes direitos idênticos aos trabalhadores por conta de outrém pois, na práctica, são trabalhadores como os demais só que ainda mais explorados que os outros por lhes serem negados direitos fundamentais como a licença de parental e férias por exemplo. Por cá, vai-se dando cobertura a catedrais babilónicas em vez de abordar as questões de fundo que afligem todos ou quase todos porque há quem se governe bem com a crise.