domingo, março 13, 2005

Rat race

Esta última semana foi uma autêntica correria com a Rat Race a atingir recordes de velocidade alucinantes. Com uma motorização bem generosa coadjuvada com os necessários aditivos, cinco a seis cafés por dia e dois maços de cigarros por dia, o red-line foi uma presença constante. No final da semana e quando já estava na volta de comemoração pela pole position, dou por mim a pensar como seria tão bom viver despojado de bens materiais e em contacto com a natureza. A ideia é partilhada por muita gente, uma vez ou outra nas nossa vidas agitadas, por desabafo pensamos mas rápidamente fazemo-nos a esse circuito infernal que é a vida moderna. O estranho de tudo isto é, para mim e de mim falo, colocar essa mesma hípotese, ou seja, deixar a vida moderna ir curtir uma de neo-hippie e no final ficar no ar uma pergunta: Why not?!
Não vou a discotecas nem bares com música a metro faz muito tempo mas até que não sinto falta alguma disso. No entanto, sempre achei curioso o facto muita gente pretender frequentar esses locais como pólo libertador de energias, uma espécie de escape à vida stressante da semana de trabalho. Pessoalmente gosto de frequentar esses locais em momentos em que necessito ficar vestido sob a capa do anonimato, aí sim, centenas de pessoas que gesticulam, dançam, riem e embebedam-se com a sensação da vida injectada em segundos em doses concentradas. Nesses locais gosto de observar, divirto-me imenso a observar as pessoas, os corpos em movimento, nessa altura, no meu cérebro, os corpos são telas que eu pinto ao meu gosto. Os flirts, os gajos e as gajas boazudas que dançam rituais de enamoramento, para não falar doutra coisa, fazendo-se pagar caro o contacto entre si. É curioso, e o jogo em si aliciante, o pior é descobrir que, no final, não há nada a dizer porque, por azar, saíu na rifa alguém que não nos tem nada a dizer.

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